Qual é a infra-estrutura necessária para um show de música?
As estrelas no palco são o centro das atenções, mas muito mais gente tem de trabalhar duro para garantir que tudo saia bem. O equipamento costuma ser montado na véspera – normalmente entre 5 e 10 toneladas de parafernália como amplificadores e caixas acústicas, mais 1 000 metros só de fiação, embora as superproduções internacionais […]
As estrelas no palco são o centro das atenções, mas muito mais gente tem de trabalhar duro para garantir que tudo saia bem. O equipamento costuma ser montado na véspera – normalmente entre 5 e 10 toneladas de parafernália como amplificadores e caixas acústicas, mais 1 000 metros só de fiação, embora as superproduções internacionais usem muito mais. A turnê mundial do U2, em 1997, uma das maiores da história, viajava com 500 toneladas de equipamento, incluindo 35 quilômetros de cabos só para o enorme telão! A infra-estrutura básica para um show – seja em ambientes fechados, seja ao ar livre – pode ser dividida em quatro seções. A que exige mais cuidados é o chamado P.A. (sigla de public address, “endereçamento ao público”), que abrange tudo o que for voltado para emitir o som que a platéia escutará. Para os músicos ouvirem o que estão tocando, é necessário um sistema paralelo de alto-falantes, chamado retorno ou monitor.
Por fim, temos a iluminação e outros efeitos visuais, mais a estrutura do palco. O númeroe a potência das caixas de som depende, obviamente, das dimensões do evento e se ele será em local aberto ou fechado. “Um grande show ao ar livre chega a exigir cerca de 20 caixas padrão e 30 subwoofers (especiais para freqüências graves)”, afirma Eduardo Lemos, diretor da Transasom, empresa especializada em sonorização. Além dos amplificadores e dos microfones, o equipamento inclui ainda mesas de mixagem e uma infinidade de periféricos para tratar o som e a luz: compressores, refletores, efeitos como eco e reverberação, equalizadores etc. – tudo operado por uma equipe de profissionais tarimbados como os técnicos de mixagem e os iluminadores.
NA FAIXA DOS GRAVES
Os subwoofers são alto-falantes ultra-robustos, feitos especialmente para reproduzir sem distorção os sons mais graves, vibrações que a gente mais sente do que ouve
MESA DE MONITOR
Para os músicos escutarem a si mesmos é necessário um sistema paralelo de alto-falantes. Eles são controlados por um técnico que faz mixagens diferentes para cada membro da banda
PARA O PESSOAL DO FUNDÃO
Grandes shows ao ar livre exigem imensas colunas de alto-falantes no meio da platéia – as “torres de atraso”. Um dispositivo eletrônico chamado delay (retardo) faz com que essas caixas toquem uma fração de segundo atrasadas em relação às que ficam junto ao palco. Se não fosse por isso, o público de trás ouviria o mesmo som duas vezes – primeiro o da torre mais próxima e depois o que vem lá da frente
CAIXAS ACÚSTICAS FRONTAIS
Os alto-falantes dirigidos ao público ficam agrupados em torre nas laterais do palco
AMPLIFICADORES GERAIS
Para fazer a membrana das caixas acústicas vibrar com força suficiente para emitir som em alta potência, é preciso ligar vários deles em série. A casa das máquinas de um megashow pode ter mais de 40 amplificadores, montados em racks ou estantes
MESA DE LUZ
É desta complexa central de controle que o iluminador comanda todas as luzes e efeitos especiais do show, incluindo a fumaça. As mesas modernas são computadorizadas, permitindo programar a dança de luzes automaticamente. Quando há telões, uma mesa de vídeo fica logo ao lado
CANHÕES DE LUZ
Mais de 100 refletores – chamados “lâmpadas-par” – compõem a iluminação básica. Há ainda os follow spots, operados manualmente para acompanhar a movimentação dos músicos, mais as set lights (para criar contraste), luzes de platéia e vários canhões móveis para efeitos especiais
CAIXAS ACÚSTICAS LATERAIS
Reforçam o sistema de alto-falantes dirigido aos músicos, chamado retorno
SOM DE PALCO
Na frente de cada músico fica uma “caixa de retorno”, alto-falante dirigido especialmente a ele, com uma mixagem personalizada. Todos precisam ouvir seu instrumento em primeiro plano, o que dá um resultado bem diferente do som que é mixado equilibradamente para a platéia
HOMEM-CHAVE
Sentado à mesa de mixagem, o “operador de P.A.” é o responsável pela qualidade do som que a platéia ouve, corrigindo distorções e impedindo que um instrumento anule outro. Além de ajustar tudo antes do show – durante a chamada “passagem de som” -, ele ainda desempenha várias tarefas no decorrer do espetáculo, como aumentar o volume da guitarra durante o solo e aplicar efeitos planejados antecipadamente
MICROFONAÇÃO
Uma banda de rock emprega em média 40 amplificadores para voz e instrumentos. A microfonação mais complexa é a da bateria, que exige no mínimo oito microfones, cada um de um modelo diferente
CORINGA QUEBRA-GALHO
Vestidos de preto para não chamar a atenção, os roadies (literalmente “estradeiros”) são assistentes indispensáveis. Eles fazem de tudo, desde carregar equipamento e plugar cabos até abastecer os músicos com bebidas e toalhas. Aqui, um deles afina uma guitarra escondido na coxia
AMPLIFICADORES DE PALCO
Guitarristas e baixistas raramente conectam seus instrumentos diretamente à mesa de mixagem. Eles preferem usar amplificadores pessoais com microfones, o que permite criar as distorções típicas do rock pesado e manipular o volume de som à vontade
CENTRAL DE CONTROLE
A mesa de mixagem do P.A. (amplificação endereçada ao público) regula e equilibra todos os sons que vêm do palco, com uma média de 48 canais separando os diversos instrumentos, vozes e efeitos. O técnico controla desde a intensidade de cada som e sua dosagem de graves e agudos (equalização) à sua distribuição espacial no estéreo