Foi a batalha de Termópilas, na Grécia, uma sangrenta luta que aconteceu em 480 a.C. De um lado, 300 mil homens do Exército persa, que ambicionava conquistar a Grécia. De outro, uma pequena força de soldados gregos liderados por 300 guerreiros espartanos, episódio retratado no filme 300, que estréia neste mês nos cinemas. Dono do maior império da época, o rei persa Xerxes avançou com a enorme tropa pela Grécia continental rumo a Atenas, no sul do território. A investida, porém, esbarrou na heróica resistência grega em Termópilas, numa batalha que durou três dias e terminou com a morte de todos os defensores. Apesar da vitória persa na batalha de Termópilas, o grande número de mortes causadas por uma força defensiva tão pequena desmoralizou as forças de Xerxes e atrasou a ofensiva para controlar a Grécia central. Graças ao sacrifício liderado pelos 300 espartanos, as tropas gregas tiveram tempo para se rearticular e vencer confrontos decisivos contra os persas, em uma guerra que só se encerraria 12 anos depois – com a vitória dos gregos.
1. Dominando dois terços do mundo conhecido na época, 300 mil persas comandados pelo rei Xerxes partiram para a conquista da Grécia cruzando o estreito de Dardanelos, na atual Turquia, e exigindo a rendição das cidades-Estado gregas
2. Gregos de Atenas e Esparta decidiram resistir. Para tomar Atenas, os persas teriam de atravessar o desfiladeiro das Termópilas, uma espécie de “funil” para o sul do país. Os 7 mil guerreiros gregos incluíam 300 espartanos, liderados pelo rei Leônidas
3. Na Antiguidade, Termópilas era um desfiladeiro estreito, atravessado por uma trilha com largura para passagem de apenas uma carroça, e protegido por três muralhas baixas. Era o lugar ideal para os gregos resistirem
4. A área reduzida impedia que os persas usassem sua tática principal, os ataques de cavalaria. A saída foi usar armamentos leves, como lanças curtas de madeira e adaga (uma espécie de punhal) e recorrer à precisão das flechas de seus arqueiros
5. As armas gregas eram mais eficientes para as condições da batalha. Escudos de madeira repeliam as flechas, e lanças com quase 3 metros de comprimento, nas mãos de soldados superbem treinados, evitavam a aproximação dos inimigos. Essa “retranca” grega segurou a horda persa por dois dias
6. A resistência grega só ruiu por causa da traição de um pastor grego chamado Epyaltes. Por ambição ou por vingança contra os compatriotas (não há consenso sobre o motivo), ele mostrou aos persas uma trilha que circundava o desfiladeiro e permitia chegar à retaguarda dos gregos
7. Na manhã do terceiro dia, tropas persas surgiram atrás das linhas gregas. Para evitar perdas desnecessárias, o rei Leônidas ordenou que a maioria dos soldados voltasse para suas cidades, mantendo sob seu comando os 300 espartanos, reforçados por 700 aliados
8. Mesmo cercados pela frente e por trás, os gregos liderados pelos 300 de Esparta lutaram com bravura. Mas era uma batalha suicida, e não demorou para Leônidas cair morto. Seu cadáver foi capturado pelos persas e sua cabeça exposta numa estaca
9. Para aniquilar completamente os gregos, o rei persa Xerxes ordenou a retirada dos soldados e chamou seus melhores arqueiros, que com suas flechas liquidaram os últimos guerreiros. No confronto, Xerxes perdeu 10 mil homens, incluindo dois de seus irmãos