Qual mitologia inspirou o mundo de Harry Potter?
Saga de J.K. Rowling bebeu da fonte de várias culturas
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No caldeirão em que foi criado esse bruxinho superstar há um mix de lendas celtas, escandinavas, indianas, chinesas, irlandesas, gaulesas e egípcias. Mas, sem dúvida, a principal influência na obra da escritora inglesa Joanne Katherine Rowling é a mitologia greco-romana. Monstros, animais disformes e heróis presentes nessa mitologia inspiram nomes de personagens e muitas situações vividas por Harry Potter e seus amigos nos livros da série.
Num dos inúmeros chats online de que participou durante a campanha de lançamento do novo livro na versão original, J.K. Rowling foi indagada por um internauta sobre a origem de uma frase colocada em um dos volumes da série. “Vá em frente e pesquise. Um pouco de investigação faz bem a qualquer um”, disse a escritora, dando um conselho que ela mesmo costuma seguir à risca quando prepara suas obras. A originalidade do mundo de Harry Potter se baseia em uma sólida base mitológica, que é reelaborada e atualizada por Rowling após muita pesquisa. Nos próximos dois volumes que ainda devem compor a série, tudo indica que a popular escritora vai continuar se servindo fartamente do banquete de seres como centauros e sibilas para fazer referências inteligentes e criar divertidos jogos de palavra.
Argus
NA SÉRIE: O nome do zelador de Hogwarts é Argos Filch. Ele é temido por Harry e todos os alunos pois parece ver tudo o que acontece na escola de magia.
NA MITOLOGIA: O nome do zelador foi inspirado em Argus, um monstro da mitologia greco-romana que tinha 100 olhos. Argus certa vez foi encarregado por Hera – esposa de Zeus, o “chefe” dos deuses gregos – de vigiar Io, uma amante do marido que ela havia capturado. Zeus então pediu para Hermes, um dos seus vários filhos, resgatar Io. Hermes deu conta da missão fazendo Argus dormir com o som de uma flauta e depois decapitando o monstro.
Centauros
NA SÉRIE: No mundo de Harry Potter, esses seres com corpo de cavalo, mas cabeça e braços humanos, são tranquilos habitantes da Floresta Proibida, que cerca Hogwarts, a escola de magia e bruxaria.
NA MITOLOGIA: Ao contrário da calma exibida pelos personagens de J.K. Rowling, os centauros nas lendas da Antiguidade tinham fama de desordeiros, pois adoravam bebida e guerra.
NA MITOLOGIA: A esfinge era um monstro com essas mesmas características físicas que guardava a entrada da cidade grega de Tebas. A todos que passavam por lá, ela propunha um enigma. Quem errasse a resposta era engolido pela fera. Só Édipo, filho renegado de um antigo rei de Tebas, foi capaz de acertar a charada mortal, levando a esfinge vencida a se jogar de um precipício.
Sibilas
NA SÉRIE: Personagem secundária nos primeiros livros, a professora Sibila Trelawney tem um papel de destaque no quinto volume, recém-lançado em português. Ela é professora de adivinhação em Hogwarts, a escola de magia, mas raramente acerta uma profecia. Em Harry Potter e a Ordem da Fênix, porém, Sibila faz uma importante previsão macabra sobre o encontro de Harry com o vilão Voldemort.
NA MITOLOGIA: O nome da professora é inspirado nas sibilas. Ao contrário da senhora Trelawney, elas eram mulheres com grande poder de prever o futuro. Geralmente, as adivinhações envolviam catástrofes.
Cassandra
NA SÉRIE: Uma mulher chamada Cassandra Vablatsky escreveu Esclarecendo o Futuro, uma espécie de cartilha de magia, um livro de adivinhações usado pelos aprendizes que estudam em Hogwarts.
NA MITOLOGIA: Cassandra era uma mulher que despertou o interesse de Apolo, o deus das profecias. Atraído por ela, Apolo lhe deu o dom de prever o futuro, mas, como o amor não foi correspondido, o deus resolveu depois amaldiçoá-la: ninguém acreditaria no que ela dissesse. Cassandra profetizou sua própria morte, mas não foi escutada.
Cérbero
NA SÉRIE: Um assustador animal de três cabeças, o cão Fofo tem a missão de guardar a Pedra Filosofal no primeiro livro das aventuras do bruxinho. Ele é mascote de Hagrid, espécie de tutor de Harry Potter, que comprou Fofo de um grego, uma engraçada pista de J.K. Rowling sobre a inspiração para criar o animal.
NA MITOLOGIA: Fofo é uma versão mágica do monstrengo Cérbero, cão de três cabeça que na mitologia grega guardava a entrada do reino subterrâneo do deus Hades, para onde iam os mortos. Como Fofo, ele só sossega com música, o que pode ser uma referência a outra lenda grega – Orfeu (músico lendário) tocou sua lira e fez Cérbero dormir para resgatar sua amada das mãos de Hades.