Ponte na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, quer dizer, com a França.
Ao todo, 61 países não estão a fim de soltar o grito de “independência!” preso na garganta. Dezesseis deles estão sob jurisdição da França, 15 da Grã-Bretanha, 14 dos Estados Unidos, seis sob jurisdição da Austrália, três da Nova Zelândia, três da Noruega, dois da Dinamarca e dois da Holanda. Para essas metrópoles, as colônias atuais não representam grandes ganhos – mas também não chegam a atrapalhar. Você pode estar se perguntando por que tem tanta nação que prefere continuar assim, dependente. O lance é que a independência não traria nenhuma vantagem para as colônias. “Em geral, elas são países pequenos, com populações reduzidas e economias frágeis. Caso se tornassem independentes, esses países dificilmente representariam qualquer papel no cenário internacional”, diz o cientista político Shiguenoli Miyamoto, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Continuando como colônias, essas nações não precisam se preocupar com segurança e defesa de fronteiras – tudo isso é garantido pela “nação-mãe”. Além disso, os cidadãos desses territórios possuem os mesmo direitos econômicos e sociais dos habitantes das metrópoles. Uma das vantagens é poder entrar no país colonizador – geralmente, alguma potência de primeiro mundo – sem enfrentar restrições à migração, por exemplo. “Isso seria muito difícil se esses países fossem independentes”, afirma Shiguenoli.
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Indepedência é a morte! Conheça quatro territórios que preferem continuar ligados a alguma metrópole
GROENLÂNDIA
Metrópole – Dinamarca
Data em que virou colônia – 1721
Número de habitantes – 60 mil
A maior ilha do mundo possui economia fraca, baseada em pesca, turismo e mineração. Apesar de a Groenlândia teruma certa autonomia administrativa, o governo dinamarquês controla as relações internacionais e a defesa da ilha
Curiosidade – Os movimentos separatistas têm crescido, mas têm pouca chance de sucesso enquanto a economia não melhorar
GUIANA FRANCESA
Metrópole – França
Data em que virou colônia – 1667
Número de habitantes – 120 mil
A economia é sustentada com ajuda da França, que compra boa parte das exportações de madeira e de peixes. Oficialmente, a Guiana é uma espécie de estado francês, com direito a eleger senadores e deputados no parlamento da metrópole
Curiosidade – No século 19, a Guiana foi usada como colônia penal francesa. Pouco habitado, o país tem 80% do território recoberto por florestas
GIBRALTAR
Metrópole – Reino Unido
Data em que virou colônia – 1830
Número de habitantes – 30 mil
Esta colônia britânica com apenas 6 km2 é um local militarmente estratégico: fica no estreito de Gibraltar, a única ligação do mar Mediterrâneo com o oceano Atlântico. Por isso, o Reino Unido mantém ali bases aéreas e navais
Curiosidade – Como o território não tem rio, fonte ou nascente, o abastecimento de água é um drama. A economia sobrevive do turismo e do trânsito de militares
ILHAS FALKLAND
Metrópole – Reino Unido
Data em que virou colônia – 1667
Número de habitantes – 2 mil
Formada por duas ilhas principais e cerca de 200 ilhotas, a colônia possui uma única cidade – a capital Port Stanley. Hoje, as Falklands são administradas por um governador indicado pela Grã-Bretanha, que cuida também de outros territórios britânicos na região
Curiosidade – O arquipélago é habitado por descendentes de ingleses, que em sua maioria criam ovelhas, pescam, colhem algas marinhas e frutos do mar