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Que matérias já foram obrigatórias nas escolas brasileiras?

Bordado, marcenaria, cuidado com bebês... já imaginou se isso tudo caísse no vestibular?

Por Luiz Fujita
Atualizado em 22 fev 2024, 11h36 - Publicado em 31 mar 2009, 15h26

Horticultura. Bordado. A famosa educação moral e cívica. Os alunos brasileiros já foram tiveram todo o tipo de coisa incluída em seu currículo educacional. A variedade de matérias adotadas – e descartadas – é fruto da própria variação do contexto sócio-econômico no país e do direcionamento político dos governos que se sucederam ao longo da história.

Vale lembrar que, na verdade, o currículo básico definido pelo governo não é totalmente rígido. Ele estipula o que deve constituir a base do ensino, mas dá certa liberdade para as escolas montarem suas grades. A lei atual, por exemplo, diz que são obrigatórias aulas de educação física. Porém, cada escola pode escolher como serão essas aulas. Assim, enquanto um colégio pode ficar no feijão-com-arroz do futebol e basquete, outro pode optar por esgrima, badminton ou outro esporte diferentão. Veja algumas das disciplinas mais inusitadas já ensinadas no Brasil

Qua matérias já foram obrigatórias nas escolas brasileiras?

CURSO BÍBLICO (1549-1827)

No Brasil colonial, se nem havia escolas direito, imagine então um currículo! O que rolava de ensino obrigatório era, na verdade, uma catequização. Os padres jesuítas ensinavam doutrina cristã e língua portuguesa aos índios para que, assim, eles pudessem ler a Bíblia e converter-se ao catolicismo.

Qua matérias já foram obrigatórias nas escolas brasileiras?

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LÁPIS E BORDADO (1827-1879)

Nesse período, o currículo começou a ter o formato que conhecemos hoje, com aulas de matemática, ciências e ginástica. Porém, a escola refletia o machismo da sociedade: as meninas só aprendiam a ler, a escrever e a fazer as contas básicas de matemática – fora isso, a educação era voltada para aulas de bordado e outras “capacitações” domésticas.

Qua matérias já foram obrigatórias nas escolas brasileiras?

LAVOURA, HORTICULTURA E MARCENARIA (1879-1890)

Na ebulição política que antecedeu a Proclamação da República, o currículo incorporou matérias voltadas para atividades produtivas, como uma espécie de ensino técnico. Havia aulas de noções de lavoura e horticultura, além de marcenaria e economia, para os meninos, e, para as meninas, costura e economia doméstica.

Qua matérias já foram obrigatórias nas escolas brasileiras?

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LÍNGUA FRANCESA (1890-1946)

Com a República, a influência francesa aumentou e o idioma do biquinho passou a ser obrigatório. Os alunos também passaram a ter aulas “disciplinadoras” voltadas para difundir entre a população os princípios burgueses de valorização da família e do trabalho para o progresso do país.

PUERICULTURA (1946-1986)

Nesse período, as meninas chegaram a ter aulas de puericultura, em que aprendiam a cuidar de bebês. A partir do golpe militar, em 1964, disciplinas reflexivas, como filosofia, cederam lugar para coisas como organização social e política brasileira (OSPB), tudo para formar cidadãos comprometidos com a máquina verde-amarela – mas, claro, que não pensassem muito sobre isso…

Qua matérias já foram obrigatórias nas escolas brasileiras?

E DEPOIS DA DITADURA?

A redemocratização do país, a partir de 1985, foi acompanhada de um ajuste no currículo, que ficou mais específico. Por exemplo, no lugar de comunicação e expressão, nasceram português e literatura; em vez de estudos sociais, história e geografia; e a matemática virou matéria própria, destacada do vasto campo das ciências. A partir dos anos 90, a galera também passou a aprender ao menos uma língua estrangeira moderna. E, desde 2008, filosofia e sociologia, que haviam sido banidas pelos militares, voltaram ao ensino médio.

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