Tudo indica que foram os antigos fenícios, 600 anos antes de Cristo, fervendo gordura de cabra com água e cinzas de madeira até obter uma mistura pastosa. A moda logo se espalhou pelos países do Mediterrâneo e chegou até a Grã-Bretanha. Foram os celtas, antigos habitantes das ilhas britânicas, que o batizaram de saipo ( termo que deu origem à palavra “sabão”). O sabão sólido, porém, só foi criado no século VII, quando os árabes inventaram o chamado processo de saponificação, a partir da fervura de uma mistura de soda cáustica, gordura animal e óleos naturais. Durante a ocupação árabe da Península Ibérica, os espanhóis aperfeiçoaram a invenção acrescentando azeite de oliva para perfumá-la. Ainda na Idade Média, os maiores centros produtores de sabão eram as cidades italianas de Gênova e Veneza, além de Marselha, na França. Na Inglaterra, Bristol e Londres concentravam a fabricação do produto.
No restante da Europa, o sabão era praticamente desconhecido – tanto que, quando a nobreza italiana, francesa ou inglesa presenteava governantes de outras nações com uma caixinha de sabão, não esqueciam de acrescentar uma descrição detalhada de seu uso. “Era um refinado artigo de luxo, caro e raro até para os nobres”, diz a historiadora Teresa de Queiroz, da USP. O sabão só se tornou um produto do dia-a-dia a partir do século XIX, quando começou a ser fabricado industrialmente, barateando seu custo. Tornou-se tão popular que o químico alemão Justus von Liebig declarou que a quantidade de sabão consumida por uma nação era a melhor medida do seu grau de civilidade.
Cinco cidades em três países europeus concentravam a produção de sabão na Idade Média. No resto do continente, o artigo ainda era praticamente desconhecido