Teoria da Conspiração: A identidade secreta de Jack, o Estripador
Quem eram os principais suspeitos de ser Jack, o Estripador
Teoria da Conspiração Jack Estripador
ilustra André BDois
edição Felipe van Deursen
Desde a época dos crimes, em 1888, surgiram mais de 100 teorias sobre quem foi o lendário assassino, das mais malucas às quase convincentes. Veja algumas delas
1. FACAS E SAPATOS
Prostitutas e comerciantes locais suspeitavam de John Pizer, um restaurador de calçados que costumava extorquir garotas de programa. Ele as ameaçava com uma faca vestido com o uniforme de trabalho, por isso ganhou o apelido Avental de Couro. As suspeitas aumentaram quando um avental foi encontrado próximo a uma cena do crime. O fato de ele ser judeu esquentou os brios dos antissemitas
2. AÇOUGUEIRO SUECO
Hábil com facas, Joseph Eisenschmidt era o suspeito principal do inspetor Frederick Abberline, que encabeçava as investigações dos assassinatos em Whitechapel. Abberline achava que o açougueiro era particularmente eficaz no golpe principal do Estripador, o corte no pescoço. Os investigadores acreditavam que realizar cortes daqueles jamais seria possível sem dominar armas brancas
3. INIMIGO DE LINCOLN
Francis Tumblety era um médico que viajava ocasionalmente à América do Norte. Em novembro de 1888, foi preso por atividades homossexuais – na época um ato ilegal. Assim, a Scotland Yard, a polícia de Londres, acabou descobrindo que Francis era procurado por crimes nos EUA e que foi uma das pessoas investigadas no assassinato do presidente norte-americano Abraham Lincoln, em 1865
4. JACK NO BURACO DO COELHO
Até para Lewis Carroll, autor do clássico Alice no País das Maravilhas, sobrou. Ele foi apontado como um dos suspeitos pelo escritor Richard Wallace. Em 1996, Wallace afirmou em seu livroJack the Ripper: Light-Hearted Friend (inédito no Brasil) que encontrou anagramas na obra de Carroll que esconderiam uma confissão: ele era o Estripador
RETRATO FALADO: Jack, o Estripador, o pai dos serial killers
5. O MÉDICO DA PRINCESA
John Williams, obstetra da princesa Beatrice, filha da rainha da Inglaterra na época, Vitória, seria o assassino. Quem diz é um de seus descendentes, Tony Williams, no livroUncle Jack(inédito no Brasil). O médico conheceria as vítimas pessoalmente e as teria matado – sempre com instrumentos cirúrgicos – para descobrir a causa dainfertilidade feminina
6. O PRÍNCIPE
Albert Victor, neto de Vitória, também é apontado. Uma biografia sobre seu pai, Eduardo 7º, que reinou entre 1901 e 1910, diz que ele era Jack. Albert teria cometido os crimes porque sofria desífilis e enlouquecerapor causa da doença. Outra hipótese diz que ele iniciou a matança para eliminar testemunhas que sabiam de um suposto filho ilegítimo com uma garota de Whitechapel
7. O MÉDICO DA RAINHA
Devido à habilidade cirúrgica necessária nos crimes, William Gull, médico da rainha Vitória, virou suspeito. Os crimes seriam um complô da realeza com a maçonaria. A hipótese conversa com as teorias que dizem que Jack era da elite, e ia à região só para matar prostitutas
8. O TUTOR
James Stephen, tutor do príncipe Albert Victor, seria Jack, segundo o livro The Prince, His Tutor and the Ripper (inédito no Brasil). Stephen teria escrito cartas misóginas com grafia semelhante à de Do Inferno. Ele seria apaixonado pelo príncipe e sentia raiva de suas companhias. Morreu de greve de fome, após a morte de Albert Victor
POR OUTRO LADO:
O mito de Jack foi escrito por muitos charlatães e poucos especialistas de fato
– A maioria das teorias que apareceram ao longo do século 20 eram de autores ou investigadores amadores que só queriam se aproveitar da fama ligada ao nome do Estripador
– Pizer e Eisenschmidt tinham álibi e acabaram inocentados pela polícia
– Tumblety era um médico charlatão e o suposto envolvimento na morte de Lincoln não colaborou com sua fama. Mas nenhuma ligação com Jack jamais foi provada
– O caso de Lewis Carroll não tem evidências o suficiente para sequer ser levado a sério
– A hipótese do médico da rainha Vitória foi um dos rumores sem embasamento criados pela mídia sensacionalista inglesa. Gull era velho demais na época para cometer os crimes, mas seu caso inspiraria histórias de ficção, como a sérieJack, o Estripador, com Michael Caine
– James Stephen e o príncipe Albert Victor fazem parte de uma teoria homofóbica que fez sucesso nos anos 1960. Mas, como nos outros casos, faltam evidências sólidas
– Além das polêmicas criadas pela imprensa ao longo do caso, a falta de rigor nas investigações é clara
– Algumas evidências usadas em diversas teorias foram forjadas ou alteradas
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FONTES LivrosJack the Ripper: The Facts, de Paul Begg, The Ultimate Jack the Ripper Sourcebook, de Stewart P. Evans e Keith Skinner; documentários Finding the Ripper (National Geographic) e Special Investigations (PBS)