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Dia das Crianças: Revista em casa por 9,90

90% das cirurgias de amigdalite são desnecessárias, diz estudo

Pesquisadores ingleses examinaram registros médicos de 1,6 milhão de crianças e constararam que 9 de cada 10 operações não se justificam

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 12 mar 2024, 10h40 - Publicado em 7 nov 2018, 17h59

Você provavelmente conhece alguém que já fez cirurgia para retirar as amígdalas. O procedimento é tão comum que gerou até uma polêmica: afinal, é mesmo necessário tirar essa parte do corpo? Um estudo de junho deste ano mostrou que remover as amígdalas na infância pode triplicar o risco de doenças respiratórias como asma, pneumonia e gripe na vida adulta. Agora, uma pesquisa feita na Inglaterra crava uma afirmação ainda mais surpreendente: 9 em cada 10 operações para remover as amígdalas das crianças podem ser desnecessárias.

Antes de tudo, é bom lembrar o que são as tais das amígdalas: órgãos do sistema linfático localizados na garganta, que estão cheios de glóbulos brancos, ou seja, células de defesa. Durante a infância, quando o sistema imunológico da pessoa está em desenvolvimento, as amígdalas são essenciais no combate a agentes nocivos, como vírus e bactérias.

Os especialistas da Universidade de Birmingham alertam que o procedimento de retirada desses órgãos pode fazer mais mal do que bem. O estudo se baseou em um banco de dados que contém registros médicos de todo o Reino Unido, e analisou os dados registrados entre 2005 e 2016 a respeito de pessoas com até 15 anos. No total, foram considerados dados de mais de 1,6 milhão de pacientes. A equipe descobriu que, em poucos desses casos, havia sinais claros e inequívocos de que a operação era necessária.

Segundo os autores do estudo, essas evidências são basicamente duas: uma condição rara chamada PFAPA (que inclui não só inflamação nas amígdalas, mas também febre periódica, estomatite aftosa, faringite e adenite cervical) ou um padrão de episódios graves e frequentes de dores na garganta por causa das amígdalas.

Baseados nisso, os cientistas constataram que apenas 11% das crianças apresentavam os sintomas necessários para a cirurgia. O autor do estudo, Tom Marshall, disse que o procedimento é usado em excesso, pois “não há realmente uma base de evidências que diga que eles vão ver um benefício [se retirarem as amígdalas]. Os pacientes correm mais risco de ser prejudicados do que beneficiados”.

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No Brasil, a cirurgia de amígdala também é extremamente comum. Segundo Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, o procedimento é indicado apenas quando há “amigdalites de repetição”, ou seja, 3 ou mais lesões graves em um período de 3 anos consecutivos; ou em casos de inchaço do órgão — quando ele acaba obstruindo as vias aéreas e causando ronco, apneia do sono ou respiração bucal. O médico afirma que uma cirurgia feita nessas condições é muito benéfica, pois evita que o paciente se submeta a um uso massivo de antibióticos.

Mas é essencial ter certeza que de fato há um problema que justifique a cirurgia — e não sair por aí retirando órgãos desnecessariamente.

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