Altura pode ser fator de risco para doenças, indica estudo
Pessoas altas são mais propensas a infecções de pele e mais resistentes a doenças cardíacas, diz estudo que analisou os dados médicos de 300 mil americanos.
Pessoas altas são mais propensas à neuropatia periférica e a infecções de pele e ossos. Essa foi a descoberta da maior investigação sobre altura e saúde já realizada, publicada na última quinta-feira (2). O estudo foi feito com cerca de 300 mil pessoas e liderado por Sridharan Raghavan, do Rocky Mountain Regional VA Medical Center, nos EUA.
A estatura já foi associada a alguns problemas médicos, mas os cientistas não têm certeza se ela é mesmo um fator de risco para eles – ou se outros fatores que podem afetar a altura, como a genética, os hábitos alimentares e as condições socioeconômicas, são os verdadeiros vilões.
Raghavan e seus colegas tentaram encontrar pistas para resolver o problema e analisaram as conexões entre várias doenças e a altura de uma pessoa, assim como as conexões com a altura prevista pela genética de cada um.
Para isso, os pesquisadores recorreram ao programa governamental Million Veteran, que inclui informações clínicas e genéticas de americanos. A equipe estudou mais de mil condições e analisou dados de mais de 230 mil adultos brancos e 60 mil adultos negros – 90% homens, todos não hispânicos, com altura média de 1,76 metro.
“Encontramos evidências de que a altura adulta pode afetar mais de cem características clínicas, incluindo várias condições associadas à [má] qualidade de vida”, afirma Raghavan em comunicado.
Os cientistas encontraram associações já indicadas por estudos anteriores: aparentemente, pessoas altas têm mais chance de apresentarem fibrilação atrial (uma arritmia cardíaca comum) e varizes. Por outro lado, parecem ser mais resistentes à doença arterial coronariana, pressão alta e colesterol alto.
Também apareceram novas associações. Segundo o estudo, quem é maior corre mais risco de desenvolver infecções de pele e ossos, úlceras nas pernas e nos pés, e neuropatia periférica – que pode causar perda da sensibilidade, debilidade e atrofia muscular.
“Concluímos que a altura pode ser um fator de risco não modificável e não reconhecido para várias condições comuns em adultos”, afirma Raghavan. Mas o estudo deixa claro que mais estudos – inclusive com um grupo maior e mais diversificado de pessoas – são necessários para esclarecer ou confirmar as associações encontradas.