Brasileiros tomariam menos refrigerante se fosse mais caro
Pesquisa do Datafolha mostra que preço influenciaria consumo menor de mais de 7 entre 10 brasileiros
Se o preço do refrigerante aumentasse, o brasileiro reduziria o seu consumo.
A descoberta é de uma pesquisa inédita feita pelo Datafolha, a pedido da ONG ACT Promoção da Saúde. Os resultados foram divulgados pela Folha de S.Paulo.
Alguns especialistas defendem o aumento nos impostos de refrigerantes e outras bebidas industrializadas como forma de incentivar a diminuição do consumo e, assim, combater as crescentes taxas de obesidade e sobrepeso.
Questionados como reagiriam caso os impostos dessas bebidas aumentassem e, por consequência, o preço final, 74% dos consumidores responderam que diminuiriam o consumo.
Desses 74%, 51% diminuiriam muito e 23% diminuiriam um pouco. Já 15% não mudaria seus hábitos, mesmo com o aumento de preço. 8% dos consumidores disseram não comprar refrigerante e bebidas açucaradas.
3% dos entrevistados, por outro lado, responderam que tomariam mais refrigerante caso o preço aumentasse. Tal resposta peculiar não foi explicada na pesquisa.
O Datafolha ouviu 2.070 pessoas acima de 16 anos, em 129 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa ajuda a colher dados para um debate sobre medidas no mercado para incentivar hábitos de consumo mais saudáveis, melhorando a saúde da população.
Embalagens e publicidade
O governo debate atualmente, por exemplo, novas regras em embalagens e rótulos que poderiam indicar alimentos com altas taxas de açúcar, sódio e calorias, por exemplo.
Sobre concordar ou não com advertências claras em embalagens e rótulos para indicar a presença excessiva ou não dessas substâncias, 83% concordam totalmente, enquanto 9% discordam totalmente.
Outra pergunta da pesquisa foi sobre a publicidade infantil. “Você é a favor ou contra as propagandas de refrigerante, salgadinho, bebidas açucaradas e macarrão instantâneo dirigidas para crianças?”.
52% dos brasileiros são contra essas propagandas. Já 11% se dizem totalmente favoráveis.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com