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Capital radical

Cinco programas para sentir a adrenalina dos esportes deaventura sem sair de São Paulo

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h12 - Publicado em 31 out 2003, 22h00

Lea Dorf

Quem apensa em esportes de aventura logo imagina montanhas longínquas, atividades no meio da mata ou viagens a lugares que nem estão no mapa, bem distantes do caos urbano. Mas entre os prédios e o trânsito infernal da cidade de São Paulo é possível encontrar diversas alternativas de esportes mais ou menos radicais, o que torna a aventura uma opção acessível, tanto em termos de tempo quanto em custo. Em menos de uma hora de carro o paulistano pode estar cercado de verde, observando animais e respirando ar puro enquanto pratica modalidades esportivas diferenciadas. Ele pode também aproveitar a ampla e rica infra-estrutura esportiva da cidade e incluir em sua rotina a prática de esportes radicais, em academias ou em ginásios especializados. “O conceito de esporte cresceu”, afirma Luiz Makoto Ishibe, ex-escalador profissional, empresário e multiesportista. “Os esportes tradicionais estão migrando e incorporando aspectos dos esportes de aventura.” Com um número cada vez maior de opções ao seu alcance, o paulistano já pode facilmente sentir o gostinho do que é ser radical. Confira nas páginas a seguir.

Wakebord peixe-voador

“Dá até para ver os prédios da Berrini!” A exclamação da estudante Lara Turkie é comum entre os paulistanos que começam a freqüentar a represa de Guarapiranga, na zona sul da capital. Muitos se surpreendem com a facilidade de acesso e com a proximidade de bairros como Morumbi, Itaim Bibi e Santo Amaro, que ficam a apenas dez ou 15 minutos de carro da represa.

Um dos esportes mais populares no local é o wakeboard, espécie de esqui aquático praticado sobre uma prancha. O wakeboarder fica com os pés presos à prancha e realiza vários tipos de manobra, enquanto é puxado por um barco. “O wakeboard é mais fácil que o esqui aquático, pois dá maior sustentação ao praticante”, diz Daniel Valim, da Wake na Veia, que promove cursos e comercializa equipamentos para o esporte. “Cerca de 80% dos meus alunos querem aprender a andar de wake”, diz Sergio Weigand, que também ensina esqui, slalom e show ski. Outra vantagem do wakeboard em relação ao esqui aquático é a possibilidade de realizar uma ampla gama de manobras radicais, como piruetas, saltos e giros.

A represa de Guarapiranga foi o berço do esporte no Brasil, nos anos 1990. Hoje, segundo a Associação Brasileira de Wakeboard (ABW), a modalidade conta com 40 mil adeptos no país, grande parte deles em São Paulo. Os wakeboarders brasileiros já conquistaram vários títulos em campeonatos mundiais. Uma conseqüência da crescente popularidade do esporte pode ser observada em Guarapiranga: em finais de semana ensolarados, mais de 20 barcos disputam as águas, que nem sempre se encontram adequadas para banho.

SERVIÇO

SAIBA MAIS

Associação Brasileira de Wakeboard – ABW (www.abw.com.br). Tel. 5508-4900.

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As três instituições a seguir fornecem o equipamento básico aos alunos: Wake na Veia (www.wakenaveia.com.br). Rua Flórida 1 410, tel. 5506-5860. R$ 120 a hora.

KD2 (www.kd2.com.br). Rua Açucena do Campo, 1 001, tel. 5517-6051. R$ 120 a hora para não sócios, R$ 80 para sócios, mensalidade de R$ 40.

Weigand (www.weigand.com.br). Tel. 288-6095 ou 9137-4788. R$ 100 a hora.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Os gastos com prancha, botas, colete e cabo variam de R$ 1 200 a R$ 4 200.

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DICAS DE ALIMENTAÇÃO

Água, isotônico, barras energéticas.

 

Skate detonando sobre rodinhas

Não há esporte radical mais urbano que o skate. Ele nasceu nas ruas, entre corrimões, ladeiras, guias e bancos. Em São Paulo, o skate está em altíssimo lugar no ranking dos esportes mais praticados: só perde para o futebol, segundo a Confederação Brasileira de Skate (CBSK). “Estamos vivendo o melhor momento na história do skate brasileiro”, diz Alexandre Vianna, presidente da CBSK. “O número de pistas e praticantes nunca foi tão grande, mas ainda faltam investidores e patrocínios.”

De fato, a prefeitura e o governo do Estado espalharam mais de 60 novas pistas pela cidade, muitas delas na periferia. Outro fato que dá força ao esporte são os novos ídolos do skate: seis brasileiros estão entre os primeiros colocados no ranking mundial. “É possível praticar skate ao lado de grandes campeões mundiais. Não é como no tênis ou no futebol”, diz Fabio Gliosci, sócio do Plasma Radical & Skate Park, maior parque de esportes radicais indoor da América Latina, localizado na zona leste. Muitos desses campeões começaram em locais bem conhecidos do paulistano, como a praça Roosevelt, o vale do Anhangabaú, a praça da Sé ou o Ibirapuera.

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SERVIÇO

SAIBA MAIS

Plasma Radical & Skate Park (www.plasmapark.com.br). Av. Aricanduva, 5 555, tel. 6723-4100. R$ 10 a hora. Escolinha de skate: R$ 50 para 12 horas mensais.

Skate City. Rua da Consolação, 1 515. R$ 5 por duas horas.

Skate House BRZ. Rua Bogaert, 152, tel. 6946-7557. R$ 6 por duas horas. Aulas: R$ 60 para 16 horas mensais. Pista pública da Saúde. Rua Dom Villares, embaixo do Complexo Viário Maria Maluf.

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Parque da Juventude. Av. Zaki Narchi, 1 309. Pista pública, no local da antiga Casa de Detenção do Carandiru.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Preço mínimo: skate (R$ 90), capacete (R$ 49), joelheira (R$ 55), cotoveleira (R$ 31). Total: de R$ 200 (tudo nacional) a R$ 1 000. Aluguel do equipamento: R$ 5 (só o skate) a R$ 12.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO

Muita água, barras energéticas e isotônico. Os skatistas geralmente optam por alimentos energéticos depois do esporte, como açaí ou frutas com granola, além de sucos naturais e vitaminas.

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Escalada esportiva subindo pelas paredes

A escalada esportiva é uma modalidade de esporte de aventura que já nasceu urbana. Ela surgiu na Europa, como uma forma de treinamento para montanhistas dentro da cidade. Hoje já bastante difundida, atrai tanto os adeptos do montanhismo tradicional quanto os escaladores urbanos, que se atêm aos ginásios de escalada e chegam a fazer disso sua principal atividade física. O esporte vem ganhando cada vez mais adeptos entre os paulistanos. “Todo dia aparece alguém que nunca escalou”, afirma André Berezoski, o Belê, instrutor do ginásio Casa de Pedra e bicampeão brasileiro de escalada esportiva.

A estudante Lyranne Tabthan, 12 anos, conheceu o esporte há três meses numa viagem à capital e o adotou. Ela sofre de uma doença rara, a imunodeficiência congênita, e vem a São Paulo todos os meses para tratamento médico. “Em João Pessoa, onde moro, não há muitas opções de paredes de escalada. Por isso, quando estou em São Paulo, escalo todos os dias.” Ela faz planos para mudar-se definitivamente para São Paulo no ano que vem, por causa do tratamento e da escalada.

A modalidade é praticada em dupla, com uma pessoa controlando a corda para dar maior segurança a quem sobe. O escalador apóia-se em agarras, peças de resina afixadas às paredes, que são geralmente de madeira ou fibra de vidro.

São Paulo reúne uma dezena de ginásios de escalada, e um número cada vez maior de paredes montadas em academias, escolas, feiras, bufês e eventos. A capital oferece até mesmo uma opção para quem procura uma montanha de verdade: o Pico do Jaraguá, a 16 quilômetros do centro, possui três vias escaláveis.

SERVIÇO

SAIBA MAIS

Casa de Pedra (www.casadepedra. com.br). Rua da Paz, 1 823, tel. 5181-7873. Diária: R$ 15. Curso: R$ 60 para não associados, R$ 45 para associados (aula individual de 1h30).

90 Graus (www.90graus.com.br). Rua João Pedro Cardoso, 107, tel. 5034-8775. Diária: R$ 17. Curso: R$ 60 (grupo de duas a seis pessoas, quatro horas de duração).

Climbing (www.climbing.com.br). Av. Casa Verde, 3 050, tel. 3965-9518. Diária: R$ 17. Curso: R$ 90 (aulas individuais, seis horas de duração). Escalada no Pico do Jaraguá – organizada pela Climbing (veja acima), R$ 40 por pessoa, um dia de duração (inclui equipamentos e monitores).

Academia Competition (www.competition.com.br). Rua Oscar Freire, 2 066, tel. 3061-0647. Diária: R$ 60 (inclui aulas de ginástica e equipamento).

Associação Paulista de Escalada Esportiva – Apee (www.apee.com.br).

Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo – Femesp (www.femesp.org).

EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Preços mínimos: cadeirinha (R$ 130), mosquetão com rosca (R$ 53), saco para magnésio (R$ 20). Uma sapatilha de escalada varia de R$ 111 (da Snake, nacional) a R$ 1000. O aluguel do equipamento em ginásios de escalada varia entre R$ 10 e R$ 14.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO

Barras energéticas pouco antes da escalada, pois são queimadas rapidamente, e bebidas isotônicas antes, durante e depois, além de bastante água.

OUTRAS DICAS

Alongamento é fundamental. Recomenda-se um intervalo de um dia para quem quiser praticar o esporte com regularidade.

 

Off-road 4×4 comendo poeira

Enfrentar atoleiros e buracos, cruzar riachos, desbravar a mata fechada em um jipe com tração nas quatro rodas e terminar coberto de lama ou poeira. Parece improvável, mas todos os elementos do chamado off-road (fora-de-estrada) 4×4 podem ser encontrados sem sair da cidade de São Paulo. E mais: o Parque Estadual da Cantareira, a apenas 10 quilômetros ao norte do centro da capital, é um dos destinos mais procurados por jipeiros. Há trilhas também na região de Parelheiros e Engenheiro Marsilac, na zona sul, onde é possível passar por cachoeiras e até por uma aldeia indígena. “Lá, nem o celular pega”, diz Alberto Martins, presidente do Jeep Clube do Brasil. A entidade organiza há quase dez anos o Ponto Off-Road, encontro semanal que hoje reúne 2 mil pessoas, 600 jipes e dezenas de expositores. É o maior encontro do gênero nas Américas, segundo a entidade.

O grande desafio dos off-roaders é saber que têm de ultrapassar qualquer tipo de obstáculo, desde buracos com vários metros de profundidade até troncos de árvore caídos na trilha. “Se precisar, cavamos um buraco e passamos por baixo”, diz Sergio Vianna, da Equipe Teimosia Off-Road. Como há sempre a necessidade de, no mínimo, duas pessoas por jipe (o motorista e o navegador), o companheirismo é essencial ao esporte. Outra característica é a imprevisibilidade: um jipeiro nunca pode prever a hora que vai voltar para casa, pois não sabe o que irá encontrar pela frente.

SERVIÇO

SAIBA MAIS

Várias entidades oferecem cursos com duração de um fim de semana (aula teórica e prática). O aluno geralmente utiliza seu próprio veículo.

Jeep Clube do Brasil (www.jeepclube. com.br). Tel. 3277-5082. Curso: R$ 120 para não sócios e R$ 60 para sócios.

Controle 4×4 (www.pirelli.com.br). Tel. 5063-0068. Curso oferecido pela Pirelli em parceria com a Mitsubishi Motors, R$ 450.

DPaschoal e Goodyear (www.dpaschoal.com.br/destaque/curso4x4). Curso gratuito.

Ponto Off Road (www.pontooff-road. com.br). Rua Curitiba, 292. Encontros às quintas-feiras, das 18h às 23h.

Cantareira Adventure (www.cantareiraadventureteam.com.br). Tel. 6215-6073. Passeios de quatro a cinco horas, grupos de até 20 pessoas, R$ 150 por pessoa.

Megatrip (www.megatrip.com.br). Tel. (15) 231-9636. Passeios de um dia na Cantareira, R$ 50.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Preços mínimos: veículo novo (R$ 50 mil), veículo usado (R$ 7 mil), jogo de quatro pneus (R$ 400), guincho manual (R$ 120). Quem puder investir um pouco mais pode instalar um guincho elétrico (R$ 2 100), um radioamador (R$ 200) e outros equipamentos específicos para cada modalidade.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO

Para trilhas curtas: bebidas isotônicas e água em quantidade, barras energéticas. Para trilhas longas (um dia): comida e bebida para dois dias.

OUTRAS DICAS

Leve sempre uma peça de roupa, botas de borracha, repelente, protetor solar, maleta de primeiros-socorros, boné e a caixa de ferramentas. Em trilhas populares, como a do Pinheirinho (Cantareira), pode-se contar com a ajuda de vários outros jipeiros.

 

Trekking buscando trilhas

Os espaços verdes de São Paulo criam um curioso paradoxo. Por um lado, existem apenas 4 metros quadrados de área verde por paulistano (a ONU recomenda 12). Por outro, a capital abriga também a maior floresta urbana nativa do mundo: o Parque Estadual da Cantareira, na zona norte. No total, são mais de 30 parques estaduais e municipais, que abrigam quedas-d’água, nascentes e animais, como macacos, preguiças, veados e até onças. “Ninguém acredita que São Paulo tem uma floresta como a Cantareira”, diz Alex Marques, gerente operacional da agência Terra Mater. “E eu a vejo do meu escritório na avenida Paulista.”

O trekking ou hiking – caminhada a pé em meio à natureza – é a modalidade mais popular entre os esportes de aventura, por ser barata, rápida e ter diversos níveis de dificuldade. Geralmente praticada em grupo, a atividade favorece a criação de novas amizades. Na capital paulista há trilhas para todos os gostos. Quem busca uma vista privilegiada pode visitar o Parque Estadual do Jaraguá, na zona oeste da cidade. Para o interessado em observar grande variedade de animais e espécies da Mata Atlântica, a Cantareira é uma ótima opção. Há também reservas e parques inaugurados nos últimos anos, como a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, região no extremo sul da capital, que cobre 1/6 da área total do município, e o Parque Ecológico de Guarapiranga, também na zona sul. Na maioria dos parques há monitores e voluntários para acompanhar os grupos.

SERVIÇO

SAIBA MAIS

Ecoturismo Brasil (www.ecoturismo brasil.com.br). Tel. 3903-0277. Saídas mensais para a Cantareira. Passeio com duração de um dia inteiro, R$ 49.

Cantareira Adventure (www.cantareiraadventureteam.com.br). Tel. 6215-6073. Trilhas de 7 km (R$ 22) a 22 km (R$ 60).

ONG Olhos da Mata. Tel. 5977-0010. Leva grupos para as trilhas da APA Capivari-Monos, R$ 20.

Parque Ecológico de Guarapiranga. Estrada da Riviera, 3 286, tel. 5517-6707. Possui monitores.

Parque Estadual do Jaraguá. Rua Antônio Cardoso Nogueira, 539, tel. 3943-5222. Trilhas autoguiadas. Possui monitores.

Enduro a Pé (www.enduroape.com.br). Tel. 3262-0665. Campeonatos de trekking, R$ 35.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Tênis, roupas leves, boné e protetor solar: a partir de R$ 100. Quem quiser mais pode investir em botas de trekking (a partir de R$ 120), mochilas com reservatório para líquidos (cerca de R$ 60) e óculos escuros esportivos.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO

Hidratação é fundamental, com muita água, isotônico e sucos (menos os cítricos, de difícil digestão). Trilhas curtas pedem frutas secas e naturais e barras energéticas, de fácil transporte. Para trilhas mais longas, o ideal são sanduíches “secos” (sem maionese ou frios pouco resistentes ao sol), frutas e carboidratos em gel.

 

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