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Cientistas imprimem primeiro coração 3D com tecido humano

É a primeira vez que a ciência reproduz, usando uma impressora, o órgão exatamente como ele é: com células, veias, ventrículos e átrios.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 16 abr 2019, 19h24 - Publicado em 16 abr 2019, 19h22

Imagine que você tem um problema cardíaco que exige um transplante de coração – mas, em vez de esperar uma doação, você pudesse fazer um órgão novo em uma impressora 3D.

Por enquanto, esse é apenas um sonho. Mas a ciência está trabalhando para que, num futuro não tão distante, ele vire realidade. É o caso de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, que conseguiram imprimir um coração 3D com tecido humano. O modelo criado pelos israelenses é pioneiro, porque tem todas as estruturas de um coração real: veias, ventrículos e átrios. Nenhum estudo até agora havia obtido sucesso nesse feito.

Para chegar a esse resultado, os estudiosos colheram amostras de gordura de pessoas. Em seguida, separaram células em si dos materiais extracelulares, que consistem majoritariamente em proteínas.

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As células foram reprogramadas para se transformarem em células-tronco, capazes de gerar qualquer tipo de tecido do corpo. Com isso, o que eram células do tecido adiposo viraram células cardíacas e de vasos sanguíneos.

Já as proteínas foram transformadas em algo que os pesquisadores chamaram de biotinta, com consistência de gel. Esse gel funciona como a cola que mantém as células-tronco unidas em forma de coração. Após vários testes, os cientistas chegaram ao modelo final. Ele não é do tamanho do nosso – tem apenas 3 centímetros, o mesmo que o coração de um coelho ou uma cereja.

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Coração 3D é do tamanho de uma cereja. (Advanced Science 2019 The Authors)

O coração 3D não tem a capacidade de bombear sangue. Mas esse é o plano dos experts israelenses para os próximos experimentos. Eles também pretendem transplantar os coraçõezinhos em animais para ver se funcionam.

A expectativa é que, em breve, nós também possamos desfrutar dessa tecnologia. “Talvez, em dez anos, os melhores hospitais do mundo tenham órgãos impressos e esses procedimentos [criá-los e imprimi-los] seja feito rotineiramente”, diz Tal Dvir, principal autor do estudo. Tomara!

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