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Como as mudanças climáticas impactam no corpo humano?

Alergia e desidratação são alguns dos problemas de saúde que podem ser intensificados pelo aquecimento global.

Por Carolina Fioratti
2 set 2020, 15h31

Há quem negue as mudanças climáticas, mas elas estão aí. Cientistas sugerem que o primeiro semestre de 2020 pode ter sido o mais quente dos últimos 140 anos, o que reforça os impactos a longo prazo do aquecimento global. Aumento de temperaturas, derretimento de geleiras e extinção das espécies são alguns dos problemas rapidamente associados à crise climática, mas não são os únicos. A saúde da população está intimamente ligada com estas mudanças, seja por problemas mais diretos, como as alergias, ou indiretos, como a subnutrição.

Desde 1950, o dióxido de carbono (CO2) teve sua emissão aumentada em 31%. A alta na emissão de gases do efeito estufa preocupa, principalmente, médicos otorrinolaringologistas, que devem lidar com um agravamento na alergia de seus pacientes. Por incrível que pareça, nem o “ar puro” dos parques pode livrar os alérgicos de seus problemas. É fato que as plantas fazem fotossíntese para se alimentar; e quando há mais CO2 no ambiente, elas também executam o processo em taxas mais altas, produzindo ainda mais pólen, que pode agravar sintomas de quadros alérgicos. 

Apenas em 2020, três recordes de temperatura foram batidos. A Antártida superou os 20 ºC, enquanto o Ártico atingiu os 38 ºC. O mais recente ocorreu em agosto, quando um termômetro marcou 54,4 ºC na Califórnia, temperatura mais alta já registrada na Terra. Estes fenômenos não são uma simples coincidência; o planeta está esquentando, mas o corpo dos seres humanos pode não estar pronto para isso.

O calor excessivo pode causar exaustão, insolação e até comprometimento das funções cognitivas. Caso a pessoa não beba mais água do que seu corpo está eliminando, seja pelo suor ou xixi, o quadro pode evoluir para uma desidratação. Em determinado momento, devido a exposição contínua e falta de líquido, o corpo não terá mais como produzir suor, e haverá um sobreaquecimento do organismo, causando dores de cabeça e letargia. Depois, a pele começa a ressecar e o cérebro não consegue mais mandar sinais ao corpo, devido ao esgotamento dos eletrólitos, eliminados com a água. Caso nada seja feito, a pessoa acaba morrendo. Você pode conferir aqui o passo a passo da morte por desidratação.

Um relatório recente publicado na revista Nature indica que, até 2050, o preço de alguns alimentos deve subir exponencialmente devido aos esforços para retirar carbono do ar, reduzindo as áreas de plantio. Apesar do problema nem sempre ser diretamente ligado às mudanças climáticas, pode representar um aumento das taxas de subnutrição, já que parte da população deixará de ter acesso a alguns produtos. A subnutrição é uma das principais causas da mortalidade infantil e ocorre quando o organismo não recebe minerais, vitaminas e outras fontes de energia necessárias para o desenvolvimento. 

Outro problema indireto das mudanças climáticas que pode afetar o corpo humano é o aumento de doenças infecciosas. Apenas no Brasil, de dezembro de 2019 a janeiro de 2020, os casos de dengue aumentaram 128% em relação ao mesmo período do ano anterior. Devido às mudanças climáticas, pesquisadores estimam que o Zika Vírus poderá estar circulando na Europa até 2080. Neste ano, a ONU e a OMS chegaram a declarar que as pandemias, como a do coronavírus, são resultado da destruição da natureza

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