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Dançar combate o envelhecimento do cérebro

Que mexer o esqueleto faz bem para a saúde todo mundo sabe. Mas fazer isso de forma ritmada é ainda melhor para seu cérebro do que exercícios convencionais

Por Guilherme Eler
Atualizado em 29 ago 2017, 17h20 - Publicado em 29 ago 2017, 16h47

Corpo são, mente sã. A ideia de que se manter em movimento é essencial para a saúde física e mental nasceu na Roma antiga e está aí, firme e forte, há quase dois milênios. Não é à toa. Acumulamos, hoje, provas científicas suficientes de que exercícios regulares garantem maior longevidade e melhoram a saúde – mandando para bem longe doenças como a temida Alzheimer.

Foi exatamente isso que um novo estudo, publicado no jornal Frontiers in Human Neuroscience, comprovou: a atividade física funciona como um antídoto para o envelhecimento do cérebro. O que os pesquisadores alemães descobriram, porém, é que a dança pode ser uma forma ainda mais completa de exercício, se comparada a treinamentos mais convencionais como caminhada e bicicleta. Mexer o esqueleto de forma ritmada diminuiu a chance de idosos enfrentarem problemas como perda de memória e demência senil, além de melhorar seu equilíbrio.

Para comprovar essa relação, os cientistas acompanharam um grupo de 62 homens e mulheres, com média de idade na casa dos 68 anos. Para parte deles, a atividade proposta era um curso semanal com duração de 18 meses, criado para ensinar diferentes estilos de dança. O restante dos voluntários participou de um treinamento focado em ampliar a resistência física e flexibilidade. Dentre as atividades, estavam a caminhada ou treinos de bicicleta – que sempre exigiam a repetição dos mesmos movimentos, em sessões de 90 minutos.

A metodologia de treino, porém, era diferente para o grupo dos dançarinos. Diferentemente dos atletas, eles eram frequentemente desafiados a encarar novas tarefas: as coreografias, formações, movimentos e velocidade das danças mudavam a cada duas semanas. Os pesquisadores também foram ecléticos em relação aos estilos, mesclando variedades como jazz, dança de salão e ritmos latinos. Desse grupo, 14 voluntários foram até o final – enquanto só 12 dos que estavam no treinamento físico desde o começo completaram o treinamento.

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Depois da última aula, os cientistas voltaram a analisar o cérebro das cobaias. Quem mais mais sentiu a melhora foi a central de memória cerebral, chamada de hipocampo. O volume dessa região aumentou significativamente em todos os idosos testados, graças à prática de exercícios. Sabe-se que perda de memória e demência senil, problemas que tendem em aparecer com o tempo, têm menos chance de acontecer quando o hipocampo continua sendo estimulado.

No entanto só os dançarinos contaram com um benefício importante: a melhora do equilíbrio. Ele reflete em boa parte das funções sensório-motoras, influenciando a mobilidade e informação visual. Problemas nesse mecanismo podem também aumentar o risco de quedas – grandes causadoras de lesões em idosos. Ponto extra para o balancê.

A ideia dos pesquisadores, agora, é aliar os ganhos físicos dos exercícios ao método da dança para melhorar a condição de idosos com demência senil. De acordo com Kathrin Rehfeld, pesquisadora que liderou o estudo, pacientes nessa situação costumam responder bem quando escutam música. Combinar o melhor dos dois mundos, então, poderia também melhorar seu bem-estar – de forma menos óbvia e mais criativa.

“Acredito que todo mundo gostaria de viver uma vida independente e saudável, pelo máximo de tempo possível. A atividade física é um dos aspectos que podem ajudar nisso, diminuindo vários fatores de risco e desacelerando as perdas cerebrais relativas à idade. Acredito que a dança seja uma ferramenta poderosa para desafiar o corpo e a mente, especialmente na terceira idade”, defendeu Rehfeld, em comunicado.

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