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Dormir pouco pode causar doenças mentais

Quem dorme pouco está mais propenso a desenvolver doenças mentais e têm mais dificuldades de tratá-las

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 mar 2018, 17h00 - Publicado em 30 mar 2016, 21h15

Quem tem dificuldade para pegar no sono sabe que os efeitos de uma noite mal dormida não acabam quando o dia começa. Olheiras, fadiga, olhos secos, dificuldade de se concentrar e irritação são algumas das respostas do corpo à privação de sono. A qualidade do sono impacta diretamente nossa saúde física e mental. A insônia, inclusive, é um sintoma comum em pacientes que sofrem de ansiedade, depressão, esquizofrenia, bipolaridade e distúrbios de atenção.

A psicóloga Jo Abbott, da Universidade Tecnológica de Swinburne, na Austrália, defende que a insônia e doenças mentais estão bastante interligadas — elas se retroalimentam. Segundo ela, cerca de 50% dos adultos com insônia têm problemas mentais e 90% das pessoas com depressão sofrem para dormir. O pior dessa relação insônia versus depressão é que quem não dorme bem responde pior ao tratamento da depressão e está mais propenso a ter picos de tristeza.

Dormir pouco pode ferrar seu cérebro

O professor Peter Franzen, da Universidade de Medicina de Pittsburgh, nos Estados Unidos, concorda com Abbott sobre a correlação entre insônia e doenças mentais. Em seu estudo sobre como a insônia pode causar disfunções no circuito cerebral responsável pelas emoções, ele explica que o sono e os sentimentos são o produto de interações entre várias regiões comuns do cérebro, hormônios e neurotransmissores. Então, anormalidades em alguns deles causam impactos nos outros. Inclusive, há evidências de que doenças mentais podem surgir de problemas dentro de circuitos cerebrais sobrepostos por circuitos que regulam nosso relógio biológico e o sono.

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A culpa da sua tristeza são as poucas horas de sono

Pense nas principais reações de uma criança cansada: choro, birra e manha. Com você, acontece o mesmo, a diferença é que não pega bem se você se atirar no chão.

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Um outro estudo conduzido pelo professor Franzen com pupilografia (a pupila é um bom indicador para perceber se o cérebro está ou não processando informações afetivas e cognitivas) comprovou que a privação de sono altera nossas reações emocionais.

Adultos saudáveis foram expostos a imagens positivas, negativas e neutras. Metade deles tinha dormido bem, a outra metade não havia pregado o olho a noite toda — as pupilas desse último grupo ficaram muito maiores ao olhar imagens negativas do que quando viram os outros tipos de imagens.

Ou seja, quando dormimos pouco exageramos nas nossas reações frente a situações negativas. Além de mais mal-humorados, a falta de sono pode nos deixa mais vulneráveis a ter doenças psiquiátricas desencadeadas por distúrbios do sono.

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