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Ela afirma que rejuvenesceu com terapia genética

Em procedimento controverso, Elizabeth Parrish diz ter se tratado com vírus para reverter seu relógio biológico. Será?

Por Fábio Marton
Atualizado em 11 mar 2024, 10h04 - Publicado em 26 abr 2016, 17h30

Você já ouviu falar de uma empresa chamada BioViva? Não está sozinho: ninguém conhecia até sua “CEO”, Elizabeth Parrish, ter afirmado que se tornou a primeira pessoa do mundo a conseguir reverter sua idade com terapia genética. Segundo Parrish, o tratamento ocorreu em setembro passado, quando ela voou para a Colômbia para que um médico – cuja identidade não foi revelada – administrasse um tratamento com vírus, que, diz ela, estendeu sua vida em 20 anos.

O tratamento já foi testado em ratos e em células in vitro em laboratório. Trata-se de uma injeção de vírus capazes de recuperar os telômeros. Estes são as pontas dos cromossomos, um pedaço de DNA que serve para proteger o resto e acaba se gastando cada vez que as células se reproduzem. Telômeros curtos são tanto um sinal de idade quanto uma possível causa do envelhecimento, pois a perda dessa proteção compromete a integridade do material genético – levando à progressiva decadência biológica que chamamos de velhice.

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Telômeros

Parrish, que tem 44 anos, afirmou que testes clínicos antes do procedimento indicavam que ela tinha telômeros particularmente curtos, isto é, envelhecimento precoce, e testes posteriores mostram um substancial aumento dessas estruturas. Seu score de telômeros, a medida dada pelos laboratórios baseada no comprimento, saltou de 6,71 para 7,33 – score próximo ao de alguém na passagem dos 20 para 30 anos.

Ela fez o tratamento por conta própria na Colômbia para fugir da regulamentação americana, que exigiria um longo e caro processo de testes antes de permitir experimentos em humanos. Isto é, foi cobaia para algo que ninguém sabe ainda que tipo de efeitos colaterais pode ter.

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Estamos diante de uma da maior revolução da medicina na história? A cura da velhice? Vai depender de um fator chatinho, mas crucial: que Parrish não esteja simplesmente inventando.

Motivos para suspeitar são muitos. Seu perfil no LinkedIn diz que ela se formou em “Ciências” (curso que não existe) na Universidade de Washington, sem dar data, e lista cargos de administração como sua experiência profissional. Até o anúncio, a BioViva não era mais que um site listando ideias de tratamentos, uma equipe de sete pessoas (todas com empregos fora da empresa, exceto a CEO) e especialistas que supostamente apoiariam a iniciativa. A sede da companhia, declarada em abril de 2015 ao governo americano, era uma residência de dois quartos.

O MIT Technology Review estudou o caso e está com aquele pé atrás. “O experimento parece destinado a ser lembrado como um novo fundo do poço em charlatanismo médico, ou talvez, o improvável começo de uma era em que pessoas recebem modificações genéticas não apenas para tratar doenças, mas pare reverter o envelhecimento”, afirma o parecer. Mas também procuraram por um dos especialistas listados no site da BioViva, George Church, da Universidade de Harvard. Ele disse que discorda de toda a ética do procedimento, mas que acha que o resultado aconteceu: “Eu acho que é real. Há indícios que pode ser feito. Companhias agindo secretamente podem conseguir qualquer coisa”.

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Se Parrish é picareta, visionária ou só maluca, deve se saber em breve. O caso passará por pesado escrutínio da comunidade científica, que com certeza está tão intrigada quanto qualquer um de nós. Se ela não estiver mentindo, os efeitos colaterais e benéficos devem ser visíveis nela.

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