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Estes são os 6 tipos de nojo que nos protegem contra doenças

Cientistas chegaram a seis tipos comuns de repulsa, que na verdade nos protegem — e ajudam a evitar (ainda mais) coisas nojentas

Por Ingrid Luisa
6 jun 2018, 18h31

Você já parou para pensar na razão de sentirmos nojo? Muitas vezes são motivos banais – aquela boa e velha frescura – mas, na verdade, a repulsa que temos de várias coisas nos protege. Há uma hipótese entre os cientistas que o nojo evoluiu na nossa espécie a favor de ações que reduzam o risco de sermos contaminados por infecções, a chamada teoria da esquiva dos parasitas. Agora, em um novo estudo, pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM) elencaram os nojinhos humanos que, na verdade, são proteções.

Os cientistas confirmaram que a aversão humana é estruturada: ela gira em torno de pessoas, práticas e objetos que representam riscos. Assim, eles chegaram a seis tipos comuns de repulsa: falta de higiene; animais (ou insetos) portadores de doenças; comportamentos sexuais de risco; doenças da pele (como lesões ou furúnculos); comida podre (ou apodrecendo); e ter uma aparência “atípica”.

Segundo os pesquisadores, ter esses nojos estruturados é uma inovação importante, pois aumenta nossa compreensão sobre esse sentimento meio desprezado. Entender como o nojo funciona fornece pistas sobre mecanismos de prevenção de doenças intrínsecos ao ser humano. Isso pode ajudar a desenvolver novos métodos para manter nossos ambientes, animais e até nós mesmos mais saudáveis.

Historicamente, esses nojos elencados fazem sentido. Por exemplo, comer alimentos podres poderia levar a doenças como cólera; o contato próximo com pessoas anti-higiênicas aumentava as chances de lepra; práticas sexuais promíscuas expunham pessoas ao risco de sífilis e o contato com feridas abertas era um prato feito para a transmissão de peste ou varíola. Os resultados confirmam a teoria da esquiva do parasita: a aversão evoluiu nos animais fazendo-os adotar comportamentos que reduzam o risco de doenças. Querendo ou não, o nojo nos faz agir de maneiras específicas – nunca colocando a mão em uma ferida exposta com pus, por exemplo – para o nosso próprio bem.

“Embora só tenhamos realmente entendido como as doenças são transmitidas no século 19, fica claro a partir desses resultados que as pessoas têm um senso intuitivo do que evitar em seu ambiente. Nossa longa evolução do entendimento de doenças ‘conectou-se’ a essa sensação intuitiva do que pode ou não causar infecção”, diz Micheal de Barra, líder do estudo.

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Os cientistas chegaram a esses resultados através de uma pesquisa com mais de 2.500 pessoas online, listando 75 cenários potencialmente repugnantes. Variou de pessoas com sinais óbvios de infecção e objetos cheios de insetos a escutar espirros ou defecar ao ar livre. Os participantes tiveram que avaliar sua repulsa por cada caso em uma escala que variava de “sem nojo” a “nojo extremo”.

De todos os casos, feridas infectadas que produzem pus foram classificadas como as mais repugnantes. Violação das normas de higiene, como ter mau odor corporal, também foi considerada bem nojento. Diferenças de gênero também foram encontradas: as mulheres classificavam as categorias com uma intensidade maior de nojo que os homens. Isso é coerente com o fato de que homens, geralmente, são bem mais descuidados com doenças que as mulheres. E aqui um alerta: a categoria mais repugnante para elas são os comportamentos sexuais de risco. Pelo bem do futuro da espécie, é melhor todo mundo se manter limpinho.

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