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Exercício físico deve ser principal abordagem para tratar depressão e ansiedade, defende estudo

É o que defende um estudo recente que analisou mais de mil estudos. A atividade física geralmente é uma recomendação, mas os cientistas dizem que ela deveria andar lado a lado com terapias e remédios

Por Leo Caparroz
8 mar 2023, 18h25

Uma pesquisa publicada no British Journal of Sports Medicine revisou mais de mil trabalhos, envolvendo cerca de 128 mil participantes, para examinar os impactos da atividade física na depressão e ansiedade. A análise mostrou que o exercício pode ser uma forma eficaz de tratar problemas de saúde mental – e possivelmente até mais eficaz do que medicamentos ou aconselhamento psicológico.

Segundo os pesquisadores, duas horas e meia semanais de atividades físicas geram uma melhora na saúde mental significativa em comparação com os cuidados habituais. Porém, eles enfatizam que o paciente deve trabalhar junto com um profissional de saúde para desenvolver um tratamento, e não agir por conta própria.

“Descobrimos que quanto maior a intensidade do exercício, mais benéfico ele é; andar em ritmo acelerado é melhor do que andar no ritmo normal, por exemplo”, escrevem os pesquisadores para o portal de divulgação científica The Conversation. “Mantê-lo a longo prazo é importante para preservar as melhorias na saúde mental – o exercício praticado por um período de seis a doze semanas traz os maiores benefícios.”

Comparados com os resultados de outros tratamentos comuns, as descobertas sugerem que os benefícios do exercício são cerca de 1,5 vezes mais eficazes do que medicamentos ou terapia cognitivo-comportamental.

“Também descobrimos que todos os tipos de atividade física e exercício são benéficos, incluindo exercícios aeróbicos, como caminhada, treinamento de resistência, pilates e ioga”, afirma Ben Singh, pesquisador envolvido no estudo. “A pesquisa mostra que não é preciso muito para o exercício resultar em uma mudança positiva em sua saúde mental.”

A curto prazo, o ele libera endorfina e dopamina, que ajudam a melhorar o humor e atenuar o estresse; com o passar do tempo, ele promove mudanças no cérebro que ajudam no humor e na cognição, diminuem níveis de inflamação e aumentam a função imunológica, o que influencia em nossa saúde mental.

O exercício físico praticado de forma regular também pode melhorar a qualidade do sono, que desempenha um papel importante na depressão e na ansiedade; e também traz benefícios psicológicos, como aumento da auto-estima e sensação de realização.

Os pesquisadores argumentam que muitos órgãos de saúde restringem as possibilidades de tratamento apenas a medicação e terapia – deixando o exercício como um tratamento “alternativo”. Segundo eles, isso sugere que ele fica fora da medicina convencional ou não possui uma base de evidências sólida – algo que está mudando.

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“A atividade física é conhecida por ajudar a melhorar a saúde mental. No entanto, apesar das evidências, ela não é amplamente adotada como a primeira escolha de tratamento”, conta Singh.

Segundo eles, isso pode ser devido ao fato de ser difícil prescrever exercícios e monitorá-los em ambientes clínicos; além de que os pacientes podem ser resistentes ao tratamento por se sentirem desmotivados ou com pouca energia.

Apesar do exercício ser uma ferramenta eficaz para a manutenção da saúde mental, pessoas com problemas não devem se auto-prescrever uma rotina de academia, mas sim, trabalhar com um profissional de saúde para desenvolver um plano de tratamento abrangente – que pode incluir terapia, medicamentos e outras abordagens.

O exercício físico só não pode ficar de lado. “Ele é uma ferramenta poderosa e acessível para gerenciar problemas de saúde mental – e a melhor parte é que é grátis e vem com muitos benefícios adicionais para a saúde”, escrevem os pesquisadores.

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