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A gripe do ano

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h35 - Publicado em 31 jul 1996, 22h00

Lúcia Helena de Oliveira

Neste inverno, parece que todo mundo ficou gripado. No Sudeste do Brasil, o vírus da doença reapareceu mais forte. E, nos Estados Unidos, os médicos já se preparam para uma epidemia avassaladora, que pode explodir no final do segundo semestre.

Ele outra vez

Todo ano, o vírus da gripe volta com um novo invólucro protetor. “Por dentro, seus genes são basicamente os mesmos”, conta o infectologista André Villela Lomar, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Mas a mudança externa faz as células imunológicas perderem tempo até reconhecê-lo.” E a cada quarenta anos, aproximadamente, é como se houvesse um salto e as alterações virais são até maiores. A última vez que isso aconteceu foi em 1957, há 39 anos, quando só nos Estados Unidos morreram 750 000 indivíduos.

O nariz coça

O vírus é transmitido pelo ar.

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O sistema imunológico reage mandando mais e mais células defensoras pelo sangue. Esse contra-ataque deixa a vítima com o nariz vermelho. “Mas nem sempre ele resolve o problema”, explica a médica Nancy Arden, especialista em gripe do Centro de Controle de Doenças, nos Estados Unidos. Segundo ela, no inverno americano passado ( entre dezembro de 1995 e fevereiro deste ano), as crianças foram as principais vítimas, porque não apresentaram essa defesa nasal.

A garganta arde

A tendência é o vírus avançar no caminho que vai do nariz aos pulmões, onde coloca o organismo em risco de vida. Quanto mais cedo a defesa o reconhece, maior a chance de interromper a trajetória. “Os vírus de 1996 lembram uma variedade que não ressurgia desde 1988”, conta Nancy Arden. “Ou seja, o perigo é maior para crianças com menos oito anos de idade porque, além de seu sistema imunológico estar em formação, o organismo nunca viu nada parecido.”

O peito chia

Infectadas, as células que revestem o aparelho respiratório explodem, liberando proles de vírus. Com elas, vão-se embora os cílios, prolongamentos que, o tempo inteiro, se movimentam no sentido de expulsar germes invasores. “Por isso, a gripe abre espaço para uma série de infecções oportunistas, como as de bactérias que causam desde dor de garganta até inflamação do pulmão, a temida pneumonia”, diz André Lomar.

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O corpo inteiro dói

Com a maior facilidade, os vírus caem no sangue, liberando uma série de toxinas que provocam a febre. Só deixam de circular pelos vasos sangüíneos quando encontram articulações pela frente. “O vírus da gripe também se reproduz ali, o que explica a sensação de dor pelo corpo do doente”, conta Nancy Alexander. Então só existem dois remédios: ingerir muito líqüido, evitando a desidratação causada pela febre, e repousar. “O repouso poupa energia do corpo para o sistema imunológico”, justifica.

O estômago embrulha

Os vírus deste ano também se instalam no aparelho digestivo. A gripe que atacou os brasileiros neste inverno provocou enjôos e diarréias nas vítimas. No mês passado, duzentos especialistas americanos se encontraram em Washington para discutir as novas características da doença. “Elas são pistas de como serão os próximos disfarces do vírus”, diz Dominick Iacuzio, que organizou o evento. “Fazendo deduções, a gente cria vacinas. Mas ninguém pode garantir que terão efeito e que não acontecerão grandes epidemias como no passado.”

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