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Liberassem o doping?

Eduardo Villela As Olimpíadas pareceriam com a Fórmula 1. Ponha no lugar das equipes os fabricantes das drogas esportivas. Em vez do carro, o atleta. Troque o chassi pelas roupas e até tatuagens do “superatleta” olímpico. Imagine esse cenário na Olimpíada de 2012 – quem sabe no Rio de Janeiro? A indústria do doping, que […]

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h12 - Publicado em 31 mar 2004, 22h00
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  • Eduardo Villela

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    As Olimpíadas pareceriam com a Fórmula 1. Ponha no lugar das equipes os fabricantes das drogas esportivas. Em vez do carro, o atleta.

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    Troque o chassi pelas roupas e até tatuagens do “superatleta” olímpico. Imagine esse cenário na Olimpíada de 2012 – quem sabe no Rio de Janeiro? A indústria do doping, que hoje movimenta por baixo dos panos 100 milhões de dólares por ano, iria se desenvolver tanto que a maior disputa seria entre os fornecedores de drogas esportivas. A competição entre nações estaria em segundo plano.

    E a carreira dos atletas seria muito mais curta. Segundo Lauter Nogueira, diretor técnico da Confederação Brasileira de Triathlon, a liberação levaria ao modelo do “atleta rotativo”. Ele passaria quatro anos – o intervalo entre uma Olimpíada e outra – sendo preparado pelos laboratórios até chegar ao ponto ideal. Depois viriam os efeitos colaterais, até a inevitável substituição do atleta por outro novinho em folha. Ao fim da curta carreira, o esportista iria para uma espécie de “retiro dos atletas”, dependente de estimulantes e com o queixo e os dedos maiores que o normal, por causa do hormônio do crescimento (HGH). Órgãos vitais como o coração e o fígado estariam comprometidos.

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    O doping poderia encurtar a vida de um maratonista ou ciclista. A droga mais usada atualmente nesses esportes é a eritropoetina (EPO), que aumenta a quantidade de glóbulos vermelhos no sangue. Como eles transportam o oxigênio no corpo, a resistência melhora muito. Em alguns países, a temperatura durante as provas varia entre 36 e 42 graus, o que eleva ainda mais a densidade sanguínea. Esses dois fatores combinados causariam derrames ou tromboses antes de o atleta cruzar a linha de chegada.

    As ONGs antidoping não iriam gostar disso. E a discussão chegaria à ONU. De um lado, as equipes farmacêuticas dizendo que o doping gera milhares de empregos, e de outro médicos e as ONGs argumentando que o doping desumaniza a Olimpíada.

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    Em alguns esportes, a potência do atleta seria tão grande que certas regras teriam de ser alteradas. No arremesso de dardo, a empunhadura mudaria para que o instrumento não atingisse algum corredor ou o placar do estádio. A rede de vôlei ficaria mais alta e a bola mais pesada.

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    Seria comum ver homens com seios ou mulheres peludas, de barba e bigode competindo, pois o uso de anabolizantes – derivados da testosterona – provoca esses efeitos colaterais nos atletas. Elas apelariam à gilete antes das provas e eles teriam de usar um novo vestuário olímpico: o top masculino com o nome do patrocinador.

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    Atleta avariado

    Algumas regras teriam de ser alteradas para evitar acidentes causados pela força descomunal dos competidores

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    Atleta vitrine

    Com a ajuda da mídia, a Olimpíada turbinaria a venda de drogas esportivas nas farmácias

    Atleta andrógino

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    Os anabolizantes tornariam difícil identificar o sexo de alguns atletas

    Atleta superveloz

    Nos 100 metros livres, o recorde olímpico de 9,84 poderia cair para 9,45 segundos, de acordo com especialistas em aptidão física

    Atleta polêmico

    As ONGs fariam de tudo para boicotar as Olimpíadas e convencer as pessoas a não assistir aos jogos

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