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O que é ataxia de Friedreich, doença da medalhista paralímpica Giovanna Boscolo

Boscolo, que também foi atriz em "Chiquititas", ganhou o bronze em lançamento de club; entenda o que é a doença neurodegenerativa que a acomete.

Por Eduardo Lima
2 set 2024, 18h00

Giovanna Boscolo conquistou, na última sexta, 29, a medalha de bronze por lançamento de club nas Paralimpíadas de Paris. A atleta de 22 anos estava competindo na classe F32, e foi dormir sem saber se tinha ganhado ou não. A confirmação do pódio só veio na madrugada do sábado, depois que a polonesa Roza Kozakowska perdeu o ouro por alterações na cadeira e “uso do equipamento de forma irregular”.

A medalhista de bronze ainda vai participar da competição de arremesso de peso nos Jogos Paralímpicos. Ela começou a treinar atletismo paralímpico em outubro de 2023. Antes de ser atleta paralímpica, Giovanna – que é formada em biomedicina – atuou como modelo e atriz na novela infantil Chiquititas

Mas ela não começou a praticar esportes no ano passado. Giovanna começou a participar de competições de ginástica aeróbica aos 11 anos. Ela foi campeã brasileira em 2014, e em 2015 recebeu o diagnóstico de ataxia de Friedreich (AF). Mas o que é a doença? A gente te explica.

Entenda a doença

Ataxia é uma palavra com origem grega que significa “sem coordenação”. A falta de controle sobre os movimentos voluntários e o equilíbrio do corpo pode ser causada por danos no cérebro, nos nervos e nos músculos.

No caso da ataxia de Friedreich, o corpo começa a ter dificuldades para decodificar uma proteína mitocondrial que aparece no metabolismo do ferro, a frataxina. A doença neurodegenerativa (ou seja, que ataca os nervos) é progressiva, começando nos membros inferiores e depois passando para os superiores. Chega um momento que é até difícil manter a coluna ereta.

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Quem descobriu a doença hereditária foi o neurologista alemão Nicholaus Friedreich, em 1863. Se você tem um filho com ela, há uma chance de 25% que a próxima gravidez também seja de uma criança com AF. A ataxia aparece cedo, entre os 5 e 15 anos, por causa de uma mutação no cromossomo 9. Ela também é rara, com cerca de dois casos a cada cem mil habitantes. 

A falta de coordenação motora é o principal sintoma da AF. Ela também pode evoluir para surdez, cegueira e perda de sensibilidade nos membros afetados. Além de tudo isso, os pacientes têm mais chances de desenvolver diabetes e problemas cardíacos. Até hoje, não há cura ou tratamento para esse tipo de ataxia.

Quem é diagnosticado com ela, como Giovanna, precisa de acompanhamento médico constante para melhorar a qualidade de vida como for possível.

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