Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O selvagem da motocicleta

Evel Knievel bateu os recordes de saltos-mortais e ossos quebrados: 35 ao longo da vida. Mas ganhou fama e muito dinheiro

Por Álvaro Oppermann
Atualizado em 20 fev 2017, 14h34 - Publicado em 31 jul 2008, 22h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Era 31 de dezembro de 1967. Em Las Vegas, o hotel Caesar’s Palace tinha programado uma atração especial para a virada de ano. Um motociclista chamado Evel Knievel iria tentar saltar sobre as fontes da entrada do hotel. Eram 46 metros, quase o comprimento de uma piscina olímpica. Na hora marcada, o motoqueiro acelerou a sua Harley-Davidson. Disparou na rampa, deu um salto espetacular. Mas só acordou em fevereiro de 1968.

    Publicidade

    O público assistiu horrorizado ao espetáculo. Evel ficou um mês em coma. “Perdi o controle da moto. Ao cair, rolei por mais de 50 metros”, relatou mais tarde. O resultado do salto foi um crânio rachado, múltiplas fraturas nos quadris e nas costelas e fama instantânea. Quando voltou a si, Evel era uma celebridade polêmica. Valia a pena arriscar a vida por um espetáculo?, perguntava a imprensa, chocada. Evel achava que sim, e delirou quando a esposa, Linda Bork, contou, ainda no quarto do hospital, que um batalhão de repórteres o esperava do lado de fora. Até então, ninguém havia sido tão radical em arriscar a vida. Com ele nasceu uma nova era: a dos profissionais do perigo extremo.

    Publicidade
    Evel Knievel
    (Bill Wolf | Sean (Flickr))

    A paixão pelo risco já marcava Robert Craig Knievel (seu nome verdadeiro) desde a adolescência, no estado americano de Montana. Sua primeira moto ele roubou aos 13 anos. Garoto-problema, furtava lojas de conveniência, arrombava cofres e trapaceava no carteado. Só sossegou em 1964, quando virou sócio numa loja de motos. Para atrair a clientela, dava shows sobre duas rodas. Daí pra Las Vegas foi um pulo, com o perdão do trocadilho.

    Continua após a publicidade

    Depois do episódio do Caesar’s Palace, Evel dedicou-se a se superar. Conseguiu. Em 1972, saltou sobre 52 carros no Los Angeles Coliseum. Em 1973, pulou sobre 13 ônibus de dois andares no estádio Wembley, em Londres. Em 1974, a bordo de uma motoca turbinada com foguetes, tentou saltar sobre o cânion Snake River. Seu pára-quedas abriu antes da hora, mas, mesmo assim, embolsou US$ 6 milhões pagos pelos patrocinadores do show.

    Publicidade

    Era o auge da sua carreira. Virou tema de dois filmes e vendia mais bonecos que o GI Joe (o nosso Falcon). Mas, em 1977, sua vida pessoal começou a desmoronar. Espancou o seu agente, foi multado por propor programa a uma policial disfarçada de prostituta e se afundou na bebedeira.

    Sofria do fígado, de diabetes e problemas pulmonares. Faleceu em 30 de novembro de 2007, com 69 anos e, ao que parece, nenhum arrependimento. Em entrevista ao New York Times, chegou à sua melhor definição: “Eu sou um homem de negócios. Mas também um explorador.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Grandes momentos

    • Knievel ganhou o apelido ainda adolescente, no xadrez. Dividia a cela com Awful Knofel (“Knofel, o Pavoroso”). Então o xerife apelidou o moleque de Evil Knievel (“Knievel, o Demoníaco”). Ele adorou e registrou o apelido em cartório. Só trocou o “i” pelo “e”, para ser exótico.

    • Evel casou-se aos 20 anos com a namorada de escola. Detalhe: teve de seqüestrá-la duas vezes, até ter o pedido aceito.

    Publicidade

    • Ao todo, Evel sofreu 15 cirurgias. Tinha quadril de titânio e dezenas de pinos de alumínio pelo corpo. Chegou a ser operado para trocar as peças artificiais, quebradas nos tombos de moto.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.