Por que algumas pessoas jovens já têm cabelo branco?

Pode colocar na conta da genética (embora ela não seja a única culpada). Quem tem cabelo branco precoce costuma ter uma versão alterada do gene IRF4, que regula a produção de melanina – a substância que dá cor ao cabelo. Clinicamente, o problema se chama canície. Com o tempo, diminui a atividade da enzima tirosinase. Isso causa o envelhecimento dos melanócitos, que produzem os dois tipos de melanina: a eumelanina (pigmento dos fios castanhos e pretos) e a feomelanina (pigmento dos castanho-avermelhados e loiros).

Antes de sair reclamando da genética familiar, é bom saber que também há fatores externos. Entre eles, estresse, poluição e alimentação desequilibrada. Exposição contínua à radiação solar também, por ajudar no surgimento de radicais livres que comprometem a síntese de melanina. Doenças como tireoidites e anemia perniciosa também podem deixar a cabeleira branca antes da hora.

Durante o crescimento do cabelo, há muita tirosinase, logo, há melanina de sobra. Mas isso diminui com os anos. Segundo pesquisas, costuma acontecer entre 35 e 45 anos para os caucasianos, entre 45 e 55 para os orientais e após os 55 para os negros. Se você já tem muitos cabelos brancos antes dessa idade, provavelmente tem o gene IRF4 alterado.

Diz a lenda que, pouco antes de ser decapitada na Revolução Francesa, a rainha Maria Antonieta acordou com os cabelos inteiramente brancos. Mas nem tudo é o que parece: segundo estudiosos do caso, o estresse provocou um tipo seletivo de alopecia areata – doença que causa a queda parcial ou total dos cabelos. Nesse caso, só a dos cabelos pigmentados. Ou seja, a tal “síndrome da Maria Antonieta” realmente existe, mas só funciona em quem já é grisalho: a cabeleira perde os poucos fios ainda com cor e parece que ficou branca do dia para a noite!

FAIXA ETÁRIA DO EMBRANQUECIMENTO NATURAL
Se você já está grisalho antes desses prazos, sofre de canície

CAUCASIANOS: entre 35 e 45 anos

ORIENTAIS: entre 45 e 55 anos

NEGROS: após os 55 anos

FONTES Ana Cláudia de Brito Soares, médica da Sociedade Brasileira de Dermatologia