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Robôs minúsculos poderiam ajudar a limpar cavidades nasais e tratar sinusite

Cientistas testam com sucesso micro-robôs para tratar infecções nas cavidades nasais. A tecnologia pode substituir antibióticos em tratamentos localizados.

Por Manuela Mourão
29 jun 2025, 18h00

Em um futuro próximo, o alívio de uma sinusite crônica pode começar com uma injeção de robôs minúsculos diretamente nas cavidades do nariz. Eles entram, destroem a infecção e saem expelidos por um espirro. Parece ficção científica, mas trata-se de um avanço real e promissor da medicina robótica.

Pesquisadores de universidades da China e de Hong Kong anunciaram testes bem-sucedidos com nanorrobôs em animais, como porcos e coelhos, para tratar infecções sinusais.

Os dispositivos, com espessura inferior à de um fio de cabelo humano e do tamanho de um grão de poeira, são guiados por campos magnéticos até o local da infecção, onde liberam calor e catalisam reações químicas para eliminar bactérias, sem causar danos aos tecidos.

Segundo os autores, os robôs são feitos de partículas magnéticas enriquecidas com átomos de cobre. Após inseridos no nariz com a ajuda de um cateter, são ativados por luz emitida através de uma fibra óptica que os aquece e torna-os mais fluidos e capazes de atravessar o pus que isola o foco da infecção.

A técnica, descrita em um estudo publicado na Science Robotics, representa um passo grande para o uso clínico de robótica em nível microscópico. 

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O procedimento é visto como uma alternativa a antibióticos e remédios genéricos. É também uma resposta à crescente preocupação com o uso excessivo desses medicamentos e a ameaça da resistência bacteriana na sociedade.

“Nosso sistema micro-robótico oferece vantagens como intervenção localizada, não invasiva e sem uso de medicamentos”, escrevem os pesquisadores no artigo.

O tratamento ainda está limitado a experimentos pré-clínicos. Mas os cientistas acreditam que os micro-robôs poderão ser usados em humanos dentro de três a dez anos, inicialmente em ambientes hospitalares, com o auxílio de imagens de raio-X para monitorar os movimentos das ‘nuvens’ robóticas durante o procedimento.

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No entanto, a proposta vai além das sinusites. Os autores sugerem aplicações em infecções do trato urinário, intestinal e respiratório, especialmente em casos nos quais o uso de antibióticos é ineficaz ou desaconselhado.

Apesar do entusiasmo, especialistas apontam desafios. Entre eles, os riscos de que partículas sejam deixadas no corpo após o tratamento, ou mesmo o receio do público em aceitar robôs atuando dentro do próprio organismo: se uma boa parcela da sociedade embarcou na loucura do movimento antivacina, a nova tecnologia pode virar alvo de teorias da conspiração.

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No entanto, esses dispositivos são projetados com funções muito específicas e comportamentos mais simples e controláveis do que muitos medicamentos.

O projeto integra uma tendência global na medicina: o uso de nano e microrrobôs em terapias altamente direcionadas. Grupos na Suíça, Estados Unidos e Reino Unido também investigam robôs microscópicos para o combate a tumores e até navegação pelo sistema circulatório.

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