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Substância que regenera os dentes é testada em ratos

Nova droga estimula células a preencher buracos nos dentes

Por Giselle Hirata
Atualizado em 16 jan 2017, 17h59 - Publicado em 16 jan 2017, 17h57

Cientistas do King’s College de Londres divulgaram uma descoberta que pode aposentar um dos procedimentos mais realizados nos consultórios de odontologia: a obturação. Testes com roedores analisaram a eficácia da molécula Tideglusib, capaz de estimular células da polpa dental a preencher buracos nos dentes, de dentro para fora.

No estudo, publicado pela revista Nature , os pesquisadores afirmam que a substância, aplicada na cavidade do dente com uma esponja de colágeno biodegradável, tem efeito reparador “completo, eficaz e natural”.

Quando um dente é danificado na superfície, a polpa fica exposta – o que aumenta o risco de infecções. Para que isso não aconteça, um mecanismo de defesa cria uma fina camada de dentina, tecido calcificado que compõe boa parte do dente.

O processo, porém, não é o suficiente para fechar buracos maiores e, por esse motivo, dentistas recorrem à obturação – preenchimento com amálgama metálico ou compostos feitos de vidro em pó e cerâmica, que precisam ser substituídos de tempos em tempos.

“O dente não é apenas um pedaço de mineral, tem sua própria fisiologia. Assim, com obturações, você está substituindo um tecido vivo com um cimento inerte”, afirma o autor do estudo, Paul Sharpe ao The Guardian.

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Para resolver esse problema, pesquisadores tentaram ampliar a capacidade de regeneração dos dentes e, assim, descobriram a Tideglusib (que já é usada no tratamento de Alzheimer). Após várias semanas, a equipe observou que o produto foi capaz de aumentar a atividade de células-tronco na polpa dental, reparando buracos de 0,13 mm nos dentes de ratos. E esse preenchimento natural seria a chave para manter os dentes saudáveis a longo prazo.

“Odontologia não é apenas perfurar e preencher. Existe uma preocupação sobre como manter os dentes saudáveis”, disse Ben Scheven, biólogo celular da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, ao The Guardian. “Já posso imaginar isso sendo usado em uma clínica, especialmente por ser um tratamento acessível”. Mas, por ora, fique na salinha de espera: muitas pesquisas devem rolar até que a técnica seja testada em humanos e chegue até o consultório do seu dentista.

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