Não adianta esfregar com Super Cândida: micro-organismos no corpo humano são em número dez vezes maior que as próprias células. Mas não precisa entrar em crise de identidade: como bactérias e fungos são muito menores que células humanas, o volume total dos convidados é “apenas” cerca de um litro.
Agora, cientistas da Universidade do Oregon (EUA) descobriram que não apenas emitimos o tempo todo uma nuvem com milhões desses micróbios, como essa nuvem é única, permitindo identificar cada indivíduo. Eles compararam a situação com o Chiqueirinho da Turma do Charlie Brown.
Foi assim: eles colocaram 11 voluntários numa câmara esterilizada e depois estudaram as bactérias que foram levadas lá pela nuvem de cada um deles. Essa nuvem é formada por milhares de espécies diferentes, como a Streptococcus, que vive principalmente na boca, e a Propionibacterium, que habita a pele e causa espinhas. E, vejam só, a Super Cândida, um fungo a que muitos devem ter tido o desprazer de serem apresentados.
Feito o teste, os cientistas então mediram as proporções dos micro-organismos e seus marcadores genéticos, que indicam cepas diferentes. Depois de coletados os dados, eles repetiram o experimento, tentando identificar os voluntários por sua nuvem. Em quase todos os casos, acertaram.
“Esperávamos ser capazes de detectar o microbioma humano no ar em volta de uma pessoa, mas ficamos surpresos em descobrir que podíamos identificar a maioria dos ocupantes apenas testando sua nuvem microbial”, afirma James F. Meadow, líder do estudo. “Nossos resultados demonstram, pela primeira vez, que indivíduos emitem sua nuvem microbial personalizada.”
Quem sabe um dia não precisemos mais apresentar R.G. ou cartão de banco. Basta olhar nossa porquice para saber quem somos.