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Vitamina D diminui o risco de ataques de asma, mostra estudo

O uso de suplementos diminuiu em 50% o número de pessoas que precisaram ir para o pronto-socorro ou serem hospitalizadas com crises asmáticas

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 out 2017, 14h46 - Publicado em 4 out 2017, 14h36

As chances de uma pessoa asmática ir parar no hospital com insuficiência respiratória diminuem se ela tomar suplementos de vitamina D.

A descoberta é de um grupo de pesquisadores da Queen Mary University, na Inglaterra. Eles fizeram sete experimentos para ver como a saúde de 955 pessoas, principalmente adultos com asma leve a moderada, respondia à ingestão de suplementos de vitamina D.

Eles perceberam que o uso de suplementos diminuiu em 50% o número de pessoas que precisaram ir para o pronto-socorro ou serem hospitalizadas por causa de um ataque asmático. Também houve uma queda de 30% na quantidade de asmáticos que precisaram ser tratados com esteroides, principal forma de tratamento da doença. Vale destacar que os melhores resultados da suplementação foram vistos nos participantes que apresentavam baixos níveis da vitamina D – nesse grupo, a redução nas crises e na necessidade de tratá-las com injeções ou esteroides foi de 55%.

Os cientistas acreditam que isso acontece porque a vitamina D consegue aumentar as respostas imunológicas do nosso corpo aos possíveis vírus respiratórios, diminuindo assim a inflamação das vias aéreas que desencadeia as crises asmáticas. Na divulgação do estudo, eles defenderam a suplementação como uma forma benéfica e segura de evitar crises de asma que podem levar à morte. Dentre as vantagens da vitamina D, também destacaram o baixo custo e a facilidade de acesso da substância.

O resultado desse estudo reúne evidências de vários outras pesquisas ao redor do mundo e foi publicado no periódico médico The Lancet Respiratory Medicine. “Nossos resultados são baseados em informações sobre a saúde de adultos com asma leve a moderada: crianças e adultos com asma grave foram sub-representados no conjunto de dados, portanto, nossas descobertas não podem ser generalizados para esses grupos de pacientes. Outras experiências clínicas estão em andamento em outros lugares, e esperamos incluir dados deles em um futuro estudo para averiguar se os resultados que encontramos agora também se confirmam em um grupo maior e mais diverso de pacientes”, disse um dos autores da pesquisa, David Jolliffe.

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Já dissemos por aqui que a vitamina D não funciona exatamente como as outras vitaminas. Ela pode ser “ativada” no corpo através da alimentação, mas sua fonte mais forte e abundante é o sol. A luz solar em contato com a pele desencadeia uma série de reações químicas no nosso organismo que desenvolvem uma forma de pré-vitamina D. Ou seja, a exposição ao sol acorda essa substância que já existe no corpo. Essa molécula entra na corrente sanguínea e chega até o fígado, onde vira calcifediol. A partir disso, ela passa para os rins e é transformada em sua forma ativa, o colecalciferol (mesma substância dos suplementos ou cápsulas da vitamina que encontramos no mercado).

A vitamina D atua como um hormônio, contribuindo para a absorção de cálcio, o bom funcionamentos das células imunológicas. Se sabe que a ausência ou baixos índices dela no organismo podem afetar mais de 2.500 funções celulares. Atualmente, ela é protagonista de vários estudos (e polêmicas) sobre seu potencial na prevenção de infecções e doenças autoimunes.

A recente descoberta dos pesquisadores britânicos e a futura ampliação das pesquisas que relacionam asma ao uso de vitamina D são, trocadilhos à parte, uma luz para as 300 milhões de pessoas que sofrem com a doença respiratória no mundo. Por aqui, o Ministério da Saúde estima que 6,4 milhões de brasileiros tenham asma – a doença é responsável por mais de 100 mil internações no SUS.

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