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Ateus querem acabar com Jedis na Austrália

Em uma disputa digna do Senado Galáctico, a Fundação Ateia da Austrália decidiu combater o Jedaísmo

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 4 nov 2016, 19h16 - Publicado em 1 ago 2016, 14h30

A Austrália é a terra dos cangurus, dos vinhos em sacos plásticos e da zoeira. O problema é que o senso de humor da população está preocupando os ateus do país agora que o censo demográfico de 2016 está prestes a começar.

Em 2011, quando foi feita a última pesquisa nacional, 77,7% da população se declarava religiosa. Junto a católicos e protestantes, entraram nessa conta os 65 mil australianos que afirmaram praticar o… jedaísmo. Como nos filmes de Star Wars, eles seguiriam, em teoria, os princípios da Ordem Jedi. 

Ainda que uma minoria de fiéis fãs de Star Wars peça o reconhecimento do jedaísmo como religião oficial, o gesto é considerado uma piada ou uma forma de protesto. No Reino Unido, um rapaz foi expulso de um supermercado porque não queria tirar o capuz do casaco. Resolveu processar o estabelecimento por discriminação: usar o capuz era um direito da sua “fé” Jedi, uma vez que cobrir a cabeça é um hábito frequente entre os personagens nos filmes. Mas até o próprio rapaz admite que só estava usando uma religião fictícia para fazer o que bem entendesse – criticando, à sua maneira, a ideia corrente de liberdade religiosa.

Só que, na Austrália, a piada superou qualquer expectativa: os auto-declarados Jedis compõem 0,3% da população, com mais fiéis do que religiões de verdade, como os Adventistas do Sétimo Dia. E quem ficou incomodado de verdade foram os ateus.

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A Fundação Ateia da Austrália lançou a campanha Não se Marque como Jedi para tentar convencer os zueiros a saírem do Lado Negro das Estatísticas. A preocupação principal deles é que os Jedis contribuam para que o país seja pintado como mais religioso do que de fato é. A aposta deles é que a maioria dessas pessoas não tenham uma religião de fato – de outra forma, estariam levando a questão mais a sério – e mesmo assim acabem contadas como praticantes, porque o voto do jedaísmo é contabilizado dentro do guarda-chuva de Religião Indefinida.

Parece muito esforço por apenas 0,3% da população, mas, no censo demográfico, a corrida entre ateus e católicos está apertada. Há 5 anos, os católicos representavam 25,3% da população. Em segundo lugar na categoria religião, já vêm os não-religiosos, com 22,3%.

O total de crentes em alguma coisa (de catolicismo a budismo) ainda é muito maior que o de ateus na Austrália. Mas, com só 3% de diferença, os não-religiosos podem estar prestes a superar a religião mais popular do país pela primeira vez.

O número de ateus cresceu 3,6% entre 2006 e 2011, então a Fundação Ateia provavelmente tem grandes expectativas para o censo deste ano. Ironicamente, Deus está nos detalhes – e o destino estatístico dos não-religiosos pode estar nas mãos de alguns milhares de Jedis zueiros. Que a Força esteja com eles.

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