Como é a jornada de trabalho no resto do mundo?
Os brasileiros trabalham 44 horas semanais. É mais tempo que a maioria dos países - inclusive EUA e Japão. Compare os números
Quando a Reforma Trabalhista foi anunciada, a pergunta que passou na cabeça dos brasileiros foi só uma: “vou ter que trabalhar mais?”. A resposta é não. Tanto antes quanto depois das mudanças, o seu tempo de trabalho por semana deve ser de 44 horas – o que nos coloca bem no meio de um debate internacional sobre se isso é muito (ou pouco).
A primeira vez que pararam para pensar quanto tempo seria o ideal para alguém trabalhar sem morrer ou enlouquecer foi em 1919, na primeira reunião da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que estipulou 48 horas semanais. Em 1935, a Organização reparou que tinha forçado a barra: 40 horas seria mais justo.
No mapa interativo acima (é só selecionar uma nação que o número de horas trabalhadas por semana aparecerá) dá para ver: atualmente, os extremos são Quênia e França. A nação africana impõe uma jornada de até 52 horas semanais, enquanto os franceses consideram qualquer período superior a 35 horas como hora extra. Não se engane: estamos mais próximos dos quenianos do que do país do croissant. No ranking das maiores jornadas, logo após o Quênia, estão 43 países (como Suazilândia e Índia) com 48 horas semanais de trabalho. O Brasil já aparece em seguida, junto a outras nove nações que trabalham 44h semanais.
A maior parte do planeta, no entanto, bate o ponto por 40 horas. São 101 países sem muito em comum, como Japão, Serra Leoa, EUA e Cuba, que seguiram o caminho científico: há diversos estudos indicando que quem cumpre jornadas maiores do que essa corre mais risco de acidentes de trabalho e infartos.
Fonte: Bureau of Democracy, Human Rights and Labor. Country Reports on Human Rights Practices for 2016 – Departamento de Estado dos EUA