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Dieta vegana para crianças pode virar crime na Itália

Se a lei for aprovada, pais que cortarem produtos de origem animal da rotina dos filhos arriscam passar um bom tempo na prisão.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h06 - Publicado em 11 ago 2016, 15h45

Crianças que seguem dietas veganas podem passar sufocos maiores do que o de escolher o que comer na cantina da escola. Um projeto de lei apresentado no Parlamento Europeu quer transformar o veganismo infantil em crime. Os pais seriam responsabilizados por proibir os filhos de consumir produtos de origem animal e a pena máxima chega a 6 anos de prisão.

A lei foi proposta por um dos partidos mais conservadores do país, o Forza Italia. O texto do projeto faz o estilo “nada contra, tenho até amigos que são”, afirmando que o veganismo não é um problema, desde que seja adotado por adultos responsáveis e capazes de consentir.

Ser vegano só seria permitido a partir dos 16 anos. Antes disso, os pais podem ser processados por “imposição de dieta destituída de elementos essenciais para o crescimento infantil”. A lei destaca que grande parte dos veganos não realiza o acompanhamento nutricional e médico adequado para prevenir deficiências nutricionais. O texto chega a citar as carências mais comuns: zinco, ferro, vitamina D, ômega-3 e, principalmente, a vitamina B12, não encontrada em vegetais.

Pais condenados por infantoveganismo podem passar até 1 ano na prisão. Existe o agravante de mais 12 meses no caso da criança ter menos de 3 anos, quando deficiências na alimentação são ainda mais graves para o desenvolvimento. Se o exame médico revelar que os filhos estão subnutridos, a pena sobe de dois a quatro anos. No caso de um pequeno vegano falecer, são 6 anos de prisão (além do julgamento por crimes de negligência e assassinato).

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Evitar as deficiências na alimentação de veganos é possível, até em crianças, mas dá trabalho. Em primeiro lugar, amamentação é muito importante – tanto para dietas veganas como para tradicionais. Depois, comer vira um exercício de pesquisa: os pequenos precisam de cuidado extra para garantir que estão ingerindo calorias suficientes nos vegetais, além de precisarem de alimentos fortificados para manter os níveis saudáveis de B12. Se acompanhados por profissionais de saúde, filhos veganos não correm perigo.

Por outro lado, a proposta de lei na Itália não surgiu do nada. No último ano, três crianças viraram notícia por problemas de saúde causados por dietas veganas. A primeira, em 2015, teve que ser tratada por subnutrição severa – a veganinha tinha só 11 meses. Em junho de 2016, uma menina de 2 anos foi parar na UTI com deficiências de vitaminas e hemoglobina. Já o caso mais famoso foi o de um bebê de 1 ano e 2 meses que pesava o equivalente a um recém-nascido de 3 meses e teve a guarda retirada dos pais, também veganos.

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