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O Brasil teve 61 mil assassinatos em 2016. O que isso significa?

Um novo levantamento mostra que a violência no Brasil está crescendo, e só em 2016 matamos tanto quanto a Síria

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 nov 2017, 12h58 - Publicado em 31 out 2017, 19h30

Em 2016, mais de 60 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. É isso que aponta um novo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta segunda, 30. Chega a soar óbvio falar que esse número é alto — afinal, são mais de 60 mil pessoas; mas quão alto é esse valor, de fato?

O número exato é até um pouco maior: foram 61.619 mortes causadas intencionalmente (ou seja, só são contabilizados homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte) em território brasileiro durante o ano passado. Para comparação, é como se a população inteira de cidades como Paraty (RJ) ou Campos do Jordão (SP) simplesmente fossem dizimadas ao longo de um ano.

O cenário é de guerra. Um relatório produzido pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, respeitada instituição inglesa de pesquisa, apontou que o Brasil matou tanto quanto a Síria. Em 2016, na nação que convive com uma guerra civil foram cometidos, também, 60 mil assassinatos. O estudo ainda mostra que matamos três vezes mais do que o Iraque e o Afeganistão, respectivamente com 17 e 16 mil cidadãos assassinados durante o ano passado.

Em números proporcionais, a situação tende a ficar tão ruim quanto. Foram 29,9 assassinatos a cada 100 mil habitantes, o quádruplo do que aparece em países vizinhos como a Argentina, onde um levantamento do governo mostrou que a mesma taxa não passa dos 6,6. Mesmo na República Democrática do Congo, o valor é de 13 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Números como os nossos só começam a aparecer em países conhecidos por sua periculosidade, como Trinidad e Tobago ou África do Sul, onde os número também giram em torno dos 30 assassinatos a cada 100 mil habitantes, de acordo com um estudo feito pelo Banco Mundial em 2015. Levantamento esse, aliás, que traça a média mundial como 5,5 assassinatos a cada centena de milhar – um quinto do valor brasileiro.

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Dá até para comparar com tragédias históricas. Em 1946, o governo americano calculou que a então recente bomba de Hiroshima teria feito um número quase similar de vítimas: 66 mil. Quando pensamos na outra cidade japonesa bombardeada pelos yankees, o número é ainda mais impressionante: a estimativa aponta que 39 mil pessoas morreram instantaneamente em Nagasaki, 56% a menos do que o montante de vítimas brasileiras de 2016.

E como se não bastassem as más notícias, a pior delas é de que a tendência não é melhorar. Este é o pior resultado desde que o Fórum começou a ser publicado, em 2011 – de lá para cá, nossos assassinatos subiram 22%.

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