O que a configuração de uma cidade diz sobre o peso de seus habitantes
Pesquisadores utilizaram inteligência artificial para entender como aspectos urbanistas contribuem para a obesidade
A disposição de casas, prédios e praças da sua cidade pode ter participação no número que aparece quando você sobe na balança. Foi o que identificaram pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, em um estudo publicado na revista científica JAMA Network Open.
Os estudiosos desenvolveram um algoritmo que analisa a infraestrutura de uma cidade e os níveis de obesidade dela a partir de dados epidemiológicos, registros de um satélite e do Google Street View, ferramenta que permite ver imagens panorâmicas de ruas ao redor do mundo.
No trabalho, seis municípios foram analisados, todos em solo americano: Bellevue, Seattle, Tacoma, Los Angeles, Memphis e San Antonio. Os experts avaliaram aspectos como áreas verdes, tipos de casas, proximidade dos prédios e até a presença de pet shops e lojas de conveniência, lugares aonde as pessoas costumam ir a pé.
O algoritmo mostrou que regiões com mais natureza e maior espaçamento entre os edifícios, por exemplo, têm uma prevalência menor de pessoas obesas. Já áreas em que o principal meio de transporte é o carro ou em que as ruas e avenidas não são propícias para os pedestres caminharem tendem a ter habitantes mais pesados.
Os achados podem até parecer óbvios, mas os autores acreditam que o método é eficaz tanto para cientistas que estão pesquisando a relação entre as cidades e o excesso de peso quanto para ajudar a implementar projetos e políticas públicas que tenham como objetivo estimular a prática de atividade física e o acesso a alimentos saudáveis. E aí, que tal realizar suas tarefas do dia a pé hoje?