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O que atos terroristas e violência doméstica têm em comum?

Homens que praticam atos terroristas também têm chances de bater na mulher, dizem pesquisas

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 11h07 - Publicado em 15 jul 2016, 16h00
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  • Desejo de controle, instabilidade psicológica e sede de violência: dá para descrever um terrorista com essas palavras. Mas, se a gente parar para pensar, essas são as mesmas características de um outro tipo de criminoso: o marido violento. Nos Estados Unidos, é comum os dois sejam a mesma pessoa. 

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    É o caso de  Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, o principal suspeito de ter atropelado dezenas de pessoas durante as comemorações do Dia da Bastilha, em Nice, na França. Em 2012, a esposa o denunciou por agressão física, o que rendeu uma ordem restritiva que o proibia de chegar perto da mulher. Omar Mateen, o atirador que matou 49 pessoas em uma boate em Orlando, teve um passado parecido: logo depois do ataque, sua ex-esposa, Sitora Yusufiy, deu uma entrevista ao New York Times, revelando a violência doméstica que sofreu nos poucos meses de casamento. Segundo ela, Mateen a espancava constantemente – às vezes enquanto ela dormia -, confiscava seu salário e proibia que ela entrasse em contato com a própria família. “Ele ficava bravo e se tornava violento do nada”, diz Sitora, no vídeo. 

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    LEIA: Reféns do medo: Histórias de mulheres vítimas de violência doméstica

    Em inglês, a violência doméstica é considerada uma forma de terrorismo: ela é chamada também de “intimate partner terrorism” (IPV), ou “terrorismo de parceiros íntimos”, em português. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o IPV pode ser definido como “qualquer comportamento de controle em uma relação íntima que envolva abuso físico, psicológico ou sexual para os envolvidos nessa relação”. O tipo de terrorismo que Mateen cometeu, por sua vez, é descrito pela Constituição dos EUA como “atos violentos ou perigosos à vida humana”, que “intimidem ou coajam a população ou o governo”. 

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    Do mesmo jeito que o terrorista, “o parceiro abusador tem um padrão de tentar controle a vítima” (segundo a OMS), e tenta perpetuar esse controle usando a violência – seja ela física, sexual ou moral. O abuso doméstico, assim como os grandes assassinatos em massa, são uma forma de manter o status quo; um grito de quem está tentando tomar ou retomar o controle. 

    Exemplos atuais não faltam. Em fevereiro, o americano Cedric Ford atirou em 17 pessoas em seu trabalho, no Kansas, pouco depois de ser denunciado pela ex-namorada por violência doméstica – e de ter ganhado uma ordem judicial para ficar bem longe dela. Em 2014, o australiano Man Haron Monis manteve um grupo de pessoas reféns durante 17 horas em Sidney, matando duas e ferindo quatro – e sua ex-mulher também mencionou ter sofrido violência, e ter sido ameaçada e forçada a ficar com Monis. E em 2011, O americano Scott E. DeKraai matou 8 pessoas em Seal Beach, Califórnia; entre as vítimas, estava sua esposa, Michelle Fournier. 

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    Nos 133 assassinatos em massa que aconteceram nos EUA entre 2009 e 2015, 85% dos atiradores eram homens; 57% deles eram casados – e pelo menos 16% já haviam sido acusados de violência doméstica. “Pelo menos” porque a violência doméstica um dos crimes mais subnotificados, junto com o estupro, já que a vítima tem uma ligação com o agressor e pode se sentir culpada, com vergonha ou com medo de denunciar. 

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    A proporção se repete nos casos denunciados de violência doméstica: nos EUA, 94% dos agressores são homens. Eles também são a maioria dos stalkers, dos assassinos, dos estupradores – e dos atiradores de massacres como o que aconteceu em Orlando. Enquanto isso, só 8% de todos os homicídios com armas de fogo no país, em massa ou não, são arquitetados por mulheres. 

     

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