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Se operasse de forma sustentável, agropecuária atual só alimentaria 3,4 bilhões de pessoas, diz estudo

Análise feita por cientistas alemães afirma que métodos atuais de produção são ineficientes, e por isso causam impacto ambiental excessivo. Rever áreas e técnicas pode ser uma saída.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 22 jan 2020, 17h29 - Publicado em 22 jan 2020, 17h29

Se a agricultura e a pecuária fossem realizadas de forma sustentável, sem degradar o ambiente, só produziriam o suficiente para alimentar 3,4 bilhões de pessoas, ou menos da metade da população mundial. É o que afirma um estudo realizado pelo Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático, na Alemanha, e publicado na revista Nature. Ele se baseia no conceito de  limites planetários, que foi proposto em 2009 por um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália.

Esses limites são nove: mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, fluxos biogeoquímicos (circulação de fósforo e nitrogênio no solo e nos oceanos), nível de aerossóis na atmosfera, introdução de elementos nocivos, acidificação dos oceanos, perda de integridade da biosfera, esgotamento da água doce e alterações no sistema terrestre. Estes quatro últimos estão sendo ultrapassados pela produção de alimentos.  

A acidificação dos oceanos pode ocorrer devido ao alto uso de fertilizantes, que contêm nitrogênio, nas plantações. O excesso do elemento contamina o solo, podendo alcançar lençóis freáticos, o que causa problemas aos ecossistemas aquáticos. A perda da integridade da biosfera, ou seja, extinção de espécies e danos a biodiversidade, pode ser explicada, nesse caso, junto às mudanças no sistema terrestre, como desmatamentos. Por fim, há a utilização de água doce. Se levarmos em consideração as exportações agrícolas do Brasil, há cerca de 112 trilhões de litros de água doce envolvidos anualmente em seus produtos. Isso seria algo em torno de 45 milhões de piscinas olímpicas. O estudo alega que se a produção agropecuária fosse executada de forma sustentável, sem ultrapassar nenhum desses quatro limites, só alimentaria 3,4 bilhões de pessoas.

Mas, segundo os pesquisadores, caso sejam revisadas as áreas que as plantações ocupam e feitas mudanças na dieta humana, seria possível alimentar 10 bilhões de pessoas de forma sustentável. Em conjunto com a diminuição do desperdício e de mudanças no consumo de carne, o número aumenta para 10,2 bilhões ー população prevista para 2050. Seria preciso começar reflorestando áreas onde mais de 85% da floresta tropical foi derrubada. 

Também seria fundamental reduzir a captação de água para o agronegócio e diminuir a fertilização nitrogenada. O estudo propõe restringir o uso de fertilizantes em partes do leste chinês e da Europa central e ao mesmo tempo aumentá-lo na África Subsaariana e no Oeste dos EUA, o que supostamente conteria o impacto ambiental e aumentaria a produção sustentável de alimentos. Vale lembrar que a pesquisa não considerou o aumento da temperatura que o globo pode sofrer nos próximos anos. Outros estudos devem surgir no futuro para acabar com as pontas soltas. 

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