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5 coisas surpreendentes feitas por inteligência artificial

De sonhos a comentários racistas, veja o que as redes neurais artificiais já conseguiram fazer

Por Lucas Agrela, de Exame.com
26 jul 2017, 19h51

Pesquisadores já fizeram coisas surpreendentes com a inteligência artificial – e nem todas foram intencionais.

Nesta semana, Elon Musk (CEO da Tesla, da SpaceX e da Neuralink) alfinetou Mark Zuckerberg (CEO do Facebook) dizendo que ele tinha um entendimento limitado sobre inteligência artificial.

Musk faz parte do time de grandes nomes do mercado de tecnologia que acreditam que a inteligência artificial tem potencial para dominar a humanidade. O físico teórico Stephen Hawking e o cofundador da Apple Steve Wozniak também têm visões semelhantes.

Zuckerberg, por outro lado, se disse otimista quanto ao futuro da inteligência artificial e chamou as visões pessimistas sobre o assunto de irresponsáveis.

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Confira a seguir algumas coisas que a inteligência artificial já conseguiu executar.

Criar um idioma ou uma interlíngua

De acordo com o Facebook AI Research, a unidade de inteligência artificial do Facebook, seus bots criaram uma linguagem nova durante testes em laboratório. Eles foram colocados para conversar entre si para simular uma situação de uso real. Depois de algum tempo treino, os pesquisadores notaram que eles estavam se comunicando com uma linguagem que não havia sido previamente programada, mas, sim, criada por eles. O idioma elimina obstáculos da linguagem para que os bots possam se comunicar melhor.

Uma inteligência artificial do Google fez algo semelhante. A máquina neural de tradução da empresa criou uma espécie de novo dialeto para agilizar traduções de diferentes idiomas. Ela foi ensinada a traduzir do inglês para o coreano e vice-versa, e também do inglês para o japonês e vice-versa. Com isso, ela pode traduzir do coreano para o japonês diretamente, sem precisar recorrer ao inglês.

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Criar um idioma ou uma interlíngua
(Google/Reprodução)

Ou seja, é possível que a máquina neural de tradução do Google tenha criado uma nova linguagem para traduzir, de maneira razoável, palavras de dois idiomas sem recorrer ao inglês e sem ter aprendido a fazer a tradução diretamente. O artigo está público na web.

Ser racista (e machista)

Uma inteligência artificial da Microsoft se tornou machista e racista após passar um dia na internet, especificamente no Twitter. Chamada Tay, ela começou a dizer que Adolf Hitler não tinha feito nada de errado, reproduzir discursos que negam o Holocausto e vários outros impropérios.

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O problema foi que a inteligência artificial recebeu diversas mensagens de internautas que tentavam ensiná-la a ser machista e racista. Com isso, a experiência de AI da Microsoft não deu certo.

A empresa se desculpou e disse que só tornaria a colocar um experimento como esse no ar novamente quando estiver confiante de que pode prever intenções maliciosas que conflitem com seus valores.

Esse tipo de problema também já aconteceu em outro caso, reportado na revista científica Science neste ano. Uma inteligência artificial, abastecida com mais de 840 bilhões de palavras de diversos textos da internet, ligou mais nomes afro-americanos a palavras negativas do que nomes euro-americanos. Além disso, ela também associou nomes femininos a termos relacionados a família e masculinos, a profissões. Os pesquisadores acreditam que inteligências artificiais não devem reproduzir visões de mundo inadequadas. Em vez disso, devem incentivar a igualdade.

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Criar uma criptografia

Três inteligências artificiais do Google foram colocadas juntas com uma missão: duas delas deveriam conversar entre si sem que a terceira descobrisse do que se tratava a conversa.

Após milhares de mensagens trocadas entre elas, as duas que precisavam manter sigilo criaram sua própria codificação, uma criptografia, que impedia que a terceira compreendesse sequer metade do que falavam.

A codificação acontecia em 16 bits, com os bits tendo valores de zero ou 1. Com isso, as duas redes neurais – inteligência artificial que imita a distribuição de neurônios em cérebros reais, incluindo os dos humanos – que conversavam entre si conseguiam se entender, mas a terceira não conseguiu descriptografar metade da conversa, obtendo apenas alguns dados sobre ela.

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Ter sonhos únicos

Pesquisadores do Google fizeram uma inteligência artificial “sonhar”. Para isso, eles inverteram seu sistema de interpretação para gerar um processo criativo. Após isso, eles inseriram nela conceitos comuns, como imagens de bananas, copo medidor, formigas, estrelas do mar ou paraquedas. Os resultados podem ser vistos abaixo.

Ter sonhos únicos

Ter sonhos únicos
(Google/Reprodução)

Descrever obras de arte – e aprender com você

O Watson, a inteligência artificial da IBM, foi treinado para aprender tudo sobre sete obras de arte expostas na Pinacoteca de São Paulo. Com um app de iPhone, as pessoas puderam perguntar naturalmente ao Watson e ouvir respostas sobre obras de arte expostas no museu.

Ao mesmo tempo em que transmitia seu conhecimento sobre os quadros e obras, o produto da IBM aumentava seu acervo de respostas para possíveis perguntas. As 7 mil variáveis de perguntas se transformaram em 40 mil após dois meses de exposição.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com

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