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Cientistas criam o primeiro robô que joga Jenga

Pesquisadores do MIT desenvolveram uma máquina que usa a visão e habilidades táteis para resolver o "Torremoto"

Por Ingrid Luisa
4 fev 2019, 19h14
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  • Jenga é um jogo intrigante. Criado nos anos 1980 por Leslie Scott (e que chegou ao Brasil com o nome-trocadilho “Torremoto”), ele desafia crianças e adultos a desmontar uma torre de blocos empilhados sem deixar que ela caia. O jogo se popularizou no mundo inteiro, e hoje se consagra como um sucesso absoluto: em número de unidades físicas vendidas, Jenga perde apenas para Monopoly e Scrabble.

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    Agora, em um artigo publicado no periódico Science Robotics, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) comemoram: eles desenvolveram um robô capaz de jogar Jenga como um ser humano.

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    A novidade pode parecer boba, vide que inteligências artificiais já resolvem jogos até mais desafiadores cognitivamente, como Xadrez. Mas é aí que está o pulo do gato: o objetivo e as regras do Jenga são simples, mas jogar envolve noções complexas. Usando 54 blocos de madeira (de comprimento três vezes maior que a largura), desmontar uma torre de Jenga exige raciocínio, visão apurada, coordenação motora e até funções táteis — quem nunca mexeu um pouquinho na peça para ter certeza que ela era a melhor a ser tirada?

    Para o ser humano, isso tudo é natural. Milhões de anos de evolução das espécies fizeram com que praticamente nascêssemos sabendo lidar com a física que governa nossas vidas (como a lei gravidade e a inércia dos corpos, por exemplo). Lógico, não pensamos nas leis de newton envolvidas quando decidimos qual bloco de Jenga retirar. Mas essas noções intrínsecas estão sempre lá.

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    No entanto, para um robô, isso tudo é muito novo. E vai além de funções cognitivas: “Jenga também requer o domínio de habilidades físicas, como sondar, empurrar, puxar, posicionar e alinhar peças”, disse o professor do MIT Alberto Rodriguez, um dos autores da pesquisa. Por isso, os cientistas ensinaram o robô a jogar Jenga confiando tanto nas pistas visuais quanto no feedback tátil, assim como nós fazemos.

    Para que isso fosse possível, a máquina precisou de uma câmera e de um braço robótico. A “visão” dele captura a forma e a posição da torre ao longo do tempo. Já os “dedos” são um par de pinças de agarrar que conseguem sentir os movimentos e o quão estável um bloco está assim que ela toca, da mesma forma como um ser humano faria.

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    Essa capacidade de “sentir” os blocos também facilitou a habilidade do robô de aprender a jogar sozinho — tanto para encontrar e decidir qual bloco solto é o ideal a ser removido quanto para reposicioná-lo no topo da torre sem perturbar o equilíbrio delicado da engenhoca. Depois de cem tentativas, por exemplo, o robô descobriu que tentar mover um bloco que não desliza facilmente não traz benefício nenhum ao longo do jogo.

    Robô do MIT jogando Jenga (MIT/Reprodução)

    Ao invés de usar técnicas tradicionais de machine learning (que exigiria dados de dezenas de milhares de tentativas de extração de blocos para capturar todos os cenários possíveis), o robô que domina o Jenga consegue explorar cada situação. “Ele identifica casos e, em seguida, aprende modelos para cada um desses casos, em vez de aprender um modelo que captura absolutamente tudo o que poderia acontecer”, disse a principal autora do estudo, Nima Fazeli. Veja o vídeo completo disponibilizado pelo MIT aqui.

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    Mas a pergunta que não quer calar é: esse robô já é capaz de vencer um ser humano no Jenga? Ainda não, mas é melhor ficarmos atentos porque isso não está longe de acontecer: “Vimos quantos blocos um jogador humano bom foi capaz de extrair antes da queda da torre e a diferença não foi tanta para o robô”, disse Miquel Oller, um dos membro da equipe.

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