Dança das abelhas é aplicada na comunicação entre robôs
Com base nessa comunicação entre os insetos, os robôs entendem a direção e distância do objetivo - e acertam em 90% das vezes.
Abelhas têm um tipo de comunicação peculiar. Para avisar as companheiras de colmeia sobre a localização das flores com mais néctar, elas executam uma espécie de dança.
Funciona assim: a abelha se remexe a partir de um ponto, desenhando uma espécie de semicírculo. Em seguida, percorre de novo o mesmo trecho reto e volta em outro semicírculo, mas desta vez pelo lado oposto. Observando o gingado da colega, as outras operárias sabem dizer a distância, a direção e até a qualidade da fonte de alimento anunciada.
Essa linguagem despertou o interesse de pesquisadores da área da robótica, que se inspiraram na técnica para criar um novo tipo de comunicação entre máquinas.
Um primeiro robô traça uma forma no chão e, assim como nos insetos, a orientação da forma e o tempo para desenhá-la informam a um segundo robô a direção e a distância. A técnica pode ser usada em situações em que o trabalho do robô é necessário, mas as comunicações tradicionais por rede não são tão viáveis, como em uma zona de desastre ou no espaço.
Os pesquisadores projetaram um sistema de comunicação visual, que permite que os robôs interpretem o que veem. Para testar o sistema, eles incumbiram um robô de uma tarefa simples: mover um pacote em um armazém.
Um humano sinalizou a um “robô mensageiro”, que, em seguida, instruiu um “robô de manejo” a realizar a tarefa. O humano usou gestos, como levantar a mão com o punho fechado, para coordenar o mensageiro. Ao reconhecer o comando, através da sua câmera integrada e rastreamento esquelético, o robô acompanhou o humano até o pacote e transmitiu a informação ao robô de manuseio.
Assim como as abelhas, o mensageiro “desenhou” na frente do robô de manuseio uma forma específica. A orientação dessa forma indicava a direção de deslocamento necessária, enquanto o tempo necessário para traçá-la indicava a distância. Os robôs interpretaram os gestos corretamente em 90% das vezes mostrando o potencial do método.
Os pesquisadores destacaram a importância da técnica para operações em lugares cuja cobertura de rede seja insuficiente para a comunicação com o robô – como zonas de desastres ou locais remotos.
Além disso, chamaram atenção para a possibilidade de replicação do método em robôs de diferentes tamanhos e configurações, já que o sistema só requer uma câmera simples e os programas desenvolvidos para o teste.