Dona de casa é presa após enviar “deepfakes”
Técnica usa softwares com inteligência artificial para inserir o rosto de uma pessoa em vídeos forjados
Raffaela Spone, de 50 anos, é acusada de ter enviado deepfakes (vídeos falsos, que usam técnicas de inteligência artificial para inserir o rosto de uma pessoa em gravações) para prejudicar colegas de escola da filha em Bucks County, na Filadélfia.
Nos vídeos, três garotas menores de idade aparecem nuas, fumando e bebendo. Spone queria que as meninas fossem expulsas da equipe de cheerleaders, na qual a filha dela participava.
Spone, que enviou os vídeos forjados por e-mail para colegas e professores das meninas, acabou presa e indiciada pelos crimes de assédio virtual e assédio de menores. Ela foi pega depois que as famílias das vítimas acionaram a polícia, que rastreou o endereço IP (número que identifica cada computador conectado à internet) de onde as mensagens haviam sido enviadas.
Nas mãos de um leigo, os programas para gerar deepfakes ainda não produzem resultados 100% convincentes – mas têm ficado mais precisos e fáceis de usar. A polícia ainda não sabe se Spone fez tudo sozinha ou se teve a ajuda de alguém.
Existe o temor de que os deepfakes venham a ser usados para manipular os resultados de eleições: alguém poderia forjar um vídeo em que determinado político diz algo que, na verdade, nunca falou. Em setembro do ano passado, a Microsoft criou uma ferramenta que promete detectar vídeos falsos. Ela se chama Reality Defender, e sua versão de testes já pode ser acessada por jornalistas e assessores políticos.