Este GIF mostra focos de incêndio pelo mundo nos últimos 18 anos
Dados foram coletados pelo satélite Terra, da Nasa, entre março de 2000 e agosto de 2018
Um gigantesco incêndio florestal que atingiu o norte da Califórnia durante o mês de novembro tirou a vida de 88 pessoas e deixou 25 desaparecidos. Foram quase 19 mil casas destruídas pelas chamas. Meses antes, em julho de 2018, o mesmo estado americano já havia sido consumido pelo fogo, mesmo que em menor intensidade – algo que também aconteceu ao final de 2017.
Ainda que cenas do tipo não sejam tão comuns para quem vive em cidades, o fato é que certas áreas com cobertura vegetal mais ampla vivem pegando fogo.
Segundo destaca este artigo do Earth Observatory, da Nasa, há certas partes do globo que precisaram se adaptar a essa dinâmica de viver sob chamas. Em certos ecossistemas, como as florestas boreais, plantas evoluíram com o fogo e precisam dele para saber a época certa do ano para se reproduzir.
O Brasil tem um ótimo exemplo disso no quintal de casa: em diferentes pedaços do cerrado, bioma que se estende pela região central do território até o nordeste, há predomínio de vegetação pirófita. Levam esse nome as árvores que contém características para sobreviverem a longos períodos de seca e eventuais incêndios que costumam dar as caras em determinadas épocas do ano.
Quer sejam espontâneos (como pela queda de raios) ou intencionais (por queimadas em lavouras ou bitucas de cigarro), incêndios estão sujeitos à ação do clima. A combinação de fatores como ausência de chuvas, ar seco e incidência de raios podem fazer as chamas saírem de controle.
Pensando em elaborar um levantamento sobre a ocorrência de incêndios em diferentes regiões da Terra, o Earth Observatory, da Nasa, criou a série de mapas que você vê neste post.
A coleta dessas informações é fruto do trabalho do sensor MODIS, sigla em inglês para espectrômetro de imagens com resolução moderada. À bordo do satélite Terra, da Nasa, que está no espaço desde 1999, o instrumento mapeou áreas com focos de incêndio no mundo todo e criar um banco de dados bastante completo – que se estende de março de 2000 a agosto de 2018.
Abaixo, há um GIF que mostra a dinâmica mundial de incêndios nos últimos 18 anos.
As cores que você observa no mapa representam o número de focos de fogo descontrolado. Regiões marcadas por pontos na cor branca estão na ponta mais extrema da escala: por lá, são pelo menos 30 focos de incêndio em uma área de mil quilômetros quadrados. Pixels na cor amarela mostram locais onde há pelo menos dez incêndios, e áreas em laranja, onde um novo foco despontava por dia.
Um exercício interessante é observar o caráter sazonal desses focos pelo planeta. De janeiro a abril, quem costuma sofrer mais é a região central do continente africano. De junho a outubro, os principais focos se concentram em países mais ao sul. O sudeste da Ásia, da mesma maneira, tem mais incêndios durante o final do inverno.
Na América do Sul, o aumento do número de focos costuma acontecer entre agosto e outubro, como resultado de incêndios acidentais ou criminosos, principalmente no cerrado e na região amazônica. Em julho de 2018, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram mais de 216 mil focos só no Brasil.