PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Eta Carina, a miss Galáxia

Ela é a estrela que emite mais energia em toda a Via Láctea ¿ uma espécie de top model da pesquisa astronômica atual.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h32 - Publicado em 30 set 1998, 22h00

João Steiner

A estrela Eta Carina, como diz o nome, situa-se na pouco conhecida Constelação de Carina. Mas é um dos astros mais intrigantes já vistos no Universo. Em meados do século passado, Eta Carina passou, de uma hora para outra, de um ponto ínfimo de luz para o segundo lugar em brilho em todo o céu (só perdendo para a estrela Sírius, que fica bem mais perto da Terra). Depois, ela voltou a ser pouco reluzente. Os astrônomos começaram a vigiá-la com persistência. Descobriram que se trata da estrela mais luminosa e também de maior massa entre as 100 bilhões que compõem a Via Láctea. Ou seja, se existisse um título de “Miss Galáxia”, Eta Carina o mereceria facilmente.

Discutiu-se muito tempo qual seria o valor real da massa dessa estrela. As especulações indicam que ele deve estar entre 100 e 120 vezes a massa do Sol. Mas a dúvida persiste, e não é a única a respeito do astro gigante. Não se sabe por que ele está associado a uma imensa e estranha nuvem de poeira e gases à sua volta, nem por que seu brilho oscila a intervalos mais ou menos regulares. Uma das poucas certezas, nesse campo, é que se trata de um corpo celeste muito peculiar e que estudá-lo é muito importante para compreendermos melhor como as estrelas nascem, evoluem e morrem.

O telescópio Hubble produziu, recentemente, uma imagem fabulosa de Eta Carina, umas das mais lindas de sua extensa coleção. Mas o Hubble pouco contribuiu para elucidar os enigmas da estrela.

Então, foi uma surpresa o anúncio de que a descoberta mais importante já realizado sobre Eta Carina coube a um astrônomo brasileiro, Augusto Damineli Neto, usando um telescópio de tamanho modesto, o do Laboratório Nacional de Astrofísica, o LNA, situado em Brasópolis, no sul de Minas Gerais. Analisando atentamente os dados que havia coletado ao longo dos anos no LNA, Damineli chegou à conclusão chocante de que Eta Carina não era uma, mas sim duas estrelas. Trata-se um sistema binário, no qual dois astros dançam um em torno de um centro comum, chamado centro de massa. Damineli estimou que a dupla leva 5,52 anos para completar uma órbita inteira. Também previu que uma das estrelas sofreria uma diminuição brusca de brilho, em 10 de dezembro de 1997. Essa previsão – comprovada na data certa – entusiasmou os especialistas, que tinham feito até apostas de muitas garrafas de vinho sobre se seria confirmada ou não.

João Steiner é professor de Astrofísica do Instituto Astronômico e Geofísico da USP

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.