Inteligência Artificial aprende a assustar humanos com fotos
Criado no MIT, o algoritmo foi treinado para entender o que os humanos acham mais medonho e adaptar qualquer imagem. A vida imita Black Mirror (de novo).
Está difícil não comparar as últimas novidade científicas com a nova temporada de Black Mirror. O MIT começou a colocar em prática uma tecnologia parecida com a que aparece no segundo episódio da terceira temporada: um algoritmo capaz de aprender o que apavora os seres humanos para criar o medo de forma eficiente.
Por enquanto, felizmente, não tem realidade virtual nem implantes no cérebro envolvidos. O objetivo do MIT é mais artístico: o algoritmo de aprendizado profundo aprendeu a criar diferentes cenários assustadores baseados nos arquétipos de filme de terror e naquilo que nós achamos mais medonho.
O projeto, chamado de Máquina do Pesadelo, é dividido em duas partes: Lugares Assombrados e Rostos Assombrados. Essa primeira divisão não dá tanto medo, mas é impressionante. O algoritmo aprendeu, sozinho, as diferentes estéticas que usamos nos vários tipos de filmes e jogos de terror, criando estilos como “chacina”, “casa assombrada”, “cidada fantasma” e “invasão alienígena”. Cada um virou um filtro que muda a atmosfera até dos lugares mais famosos, como a Torre Eiffel e o Coliseu. Dá para ver como esses pontos turísticos ficariam se aparecessem no filme A Hora do Espanto, por exemplo.
Quem é capaz de dar pesadelos de verdade é a seção de Rostos. O algoritmo foi treinado, primeiro, para criar rostos humanos artificialmente. Só esse resultado já ficou um tanto bizarro. Em homenagem ao Halloween, os pesquisadores decidiram então alimentar a Máquina com rostos assustadores. A inteligência artificial começou a entender – e aplicar nas suas imagens – o que torna a aparência de alguém perturbadora. Surgiu assim o filtro do pesadelo, que transformou até Caco, o Sapo dos Muppets, em uma figura capaz de destruir qualquer infância.
O curioso é que os criadores da Máquina do Pesadelo destacam que o terror e a inteligência artificial andaram juntos desde o começo: Ada Lovelace, a primeira pessoa a criar um algoritmo de computador, era filha de Lord Byron, o cara por trás do encontro de escritores que acabou dando origem à literatura de vampiros e à história de Frankenstein.