Nasa e Nokia vão instalar rede 4G na Lua em 2022
Metade da população mundial ainda não têm acesso à internet, mas os astronautas que pisarem na Lua em 2024 (e depois) terão.
A Nokia, empresa finlandesa de telecomunicações, anunciou nesta segunda-feira (19) que foi escolhida pela Nasa para instalar a primeira rede de 4G em solo lunar. O objetivo, segundo a agência espacial, é tornar a presença humana na Lua “sustentável” até 2028.
A instalação da rede de celular será feita no final de 2022, antes do retorno dos humanos ao satélite natural, previsto para 2024.
Os U$14,1 milhões que a subsidiária americana da Nokia recebeu pelo serviço fazem parte do orçamento do Programa Artemis. Entre outros objetivos, a missão pretende levar a primeira mulher à Lua.
Uma outra empresa privada, a americana Intuitive Machines, ficará responsável por construir a sonda que instalará a rede de 4G remotamente. Segundo a Nokia, o projeto já prevê a possibilidade de que o sistema seja atualizado para 5G no futuro.
A novidade permitirá que os astronautas compartilhem dados muito mais rapidamente, controlem sondas de forma remota e até transmitam vídeos ao vivo em alta resolução diretamente da Lua.
A iniciativa faz parte de um pacote de investimentos da Nasa para tornar a presença humana na Lua mais confortável – são U$370 milhões já investidos em vários projetos em parceria com várias empresas. A ideia é que, no futuro, possa haver uma base lunar “sustentável” e semi-permanente capaz de abrigar humanos em solo lunar por períodos mais longos.
Na Terra, as redes de 4G e 5G são mantidas através de torres altas que cobrem grandes áreas. A versão desenvolvida para a Lua, porém, é extremamente compacta e adaptada para as condições adversas, mas fornece sinal para uma região bem menor.
Enquanto a Nasa quer levar sinal aos poucos astronautas que pisarão na Lua, muitos terráqueos ainda permanecem sem acesso à internet. Estimativas mostram que só cerca de metade da população mundial estava conectada em 2019 – o número total vem aumentando nos últimos anos, e espera-se que atinja cerca de 66% em 2023, segundo um relatório da empresa americana Cisco. É preciso lembrar que há grandes variações na taxa de país por país: chegando a 100% da população conectada no Kuwait, por exemplo, contra só 2% na Somália e 70% no Brasil, segundo o Banco Mundial.
E nem toda conexão é igual: em 2023, quando a instalação da Nokia termina na Lua, a Cisco prevê que um terço dos aparelhos online aqui na Terra estarão conectados a redes 2G e 3G, com velocidades bem aquém daquela usada pelos astronautas.