Radiação de Fukushima destrói segundo robô em duas semanas
Depois de perder o primeiro dispositivo, empresa de tecnologia anuncia falha em outro robô enviado à usina
A situação em Fukushima é crítica, com a radiação atingindo níveis recordes nos últimos meses – de 530 a 650 sieverts por hora (capaz de matar um homem instantaneamente). O índice é o mais alto desde 2011, quando um tsunami atingiu a usina e causou o maior acidente nuclear da história, e já fritou um robô enviado examinar e fazer uma limpeza até o reator número 2.
Na semana passada, a empresa TEPCO (Tokyo Electric Power Co.), que monitora a planta da usina, enviou o segundo dispositivo para localizar o reator e remover o combustível nuclear. Mas, a cerca de 10 metros de distância de seu alvo, o robô ficou preso e os técnicos decidiram cortar o cabo e abandoná-lo no local.
Apelidado de “scorpion”, o robô tinha duas câmeras, uma frontal e uma na cauda, que permitia fazer imagens em 360º. E, segundo os desenvolvedores (a empresa japonesa Toshiba e o Instituto Internacional de Pesquisa para Desmantelamento Nuclear), ele também tinha sensores de temperatura e radiação, além de ter a capacidade de passar por tubos estreitos da construção.
Até agora, este é o sétimo robô afetado pela radiação dos reatores. E isso significa um grande revés para a TEPCO, que ainda não conseguiu remover o combustível radioativo de três dos quatro reatores que precisam ser desativados em Fukushima.
Apesar da preocupação, técnicos da empresa afirmam que os níveis de radiação medidos fora dos reatores não são perigosos e que a população não corre risco de contaminação.