Redes sociais não têm conserto, diz estudo
Experiência mostra que mentiras e formação de bolhas são intrínsecas a elas.

As redes sociais sempre vão preferir posts sensacionalistas, colocar as pessoas em bolhas e incentivar a polarização da sociedade. E não há solução, porque essas coisas não são apenas uma estratégia das big techs para que as pessoas passem mais tempo nas redes; elas também resultam de características intrínsecas a essas plataformas, impossíveis de alterar.
Essa é a conclusão de um estudo (1) publicado por dois pesquisadores da Universidade de Amsterdã, que fizeram uma experiência intrigante. Eles montaram uma rede com 500 usuários artificiais, gerados por uma IA que simula o comportamento típico das pessoas nas redes sociais (em quais posts elas mais clicam, e quão propensas são a curtir ou repostar certos tipos de conteúdo).
Como esperado, a rede logo foi tomada por bolhas e polarização. Em seguida, os cientistas testaram seis estratégias para tentar resolver isso, como reduzir a distribuição de posts sensacionalistas, mostrar os posts por ordem cronológica e exibir um pouco de conteúdo defendendo pontos de vista contrários aos de cada “usuário”. Nada disso funcionou: as redes continuaram, espontaneamente, formando bolhas e estimulando o sensacionalismo.
Fonte 1. “Can We Fix Social Media? Testing Prosocial Interventions using Generative Social Simulation”.