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Se você já comentou algum texto na internet, provavelmente já se deparou com os trolls: pessoas cujo único objetivo é causar, brigar e destilar ódio. Geralmente, não adianta argumentar com os trolls, o que faz muita gente preferir ignorá-los (é a política de “não alimente os trolls”, comum na internet). O problema é que não adianta: os trolls continuam se multiplicando, e seu azedume acaba contaminando o resto das pessoas – num estudo feito pelo governo dos EUA, 28% dos entrevistados admitiram já ter agido como trolls.
Mas o Google acha que tem a solução para isso: inteligência artificial (AI). Ele criou um software inteligente, o Conversation AI, e o colocou para ler 17 milhões de comentários deixados em reportagens do New York Times, além de 13 mil discussões em páginas da Wikipedia. O software foi aprendendo a identificar comentários ofensivos e agora, segundo o Google, consegue fazer isso com mais de 92% de precisão.
Segundo a revista Wired, que teve acesso exclusivo ao robô, tanto o New York Times quanto a Wikipedia já planejam colocar o Conversation AI em ação no dia-a-dia, monitorando e aprovando comentários antes que sejam publicados. Ele também será liberado em código aberto, para que qualquer site possa usá-lo. Mas ainda tem dois poréns: só funciona com comentários em inglês, e é vulnerável aos chamados falsos positivos – o uso de termos de baixo calão como gíria, mesmo que de forma não-ofensiva, faz o robô barrar o comentário.
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