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Uber só para mulheres é lançado nos EUA

Chariot for Women busca aumentar a segurança contando apenas com motoristas mulheres - e sem antecedentes criminais

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 10h09 - Publicado em 11 abr 2016, 14h30

Uber para mulheres

Toda mulher sabe: dá o maior medo entrar no carro com um homem desconhecido. Mesmo em serviços como o Uber, que tem um sistema de avaliação dos motoristas, não há como garantir que a corrida será totalmente segura. Pensando nisso, um casal de Massachussets, nos Estados Unidos, criou o Chariot for Women, um aplicativo parecido com o Uber, mas com um diferencial: só mulheres podem dirigir, e só mulheres e crianças de até 13 anos podem ser passageiras.  

O nome Chariot for Women pode ser traduzido como “Carrugem para mulheres”. Além da exclusividade feminina (o serviço também aceita mulheres transexuais), o Chariot checa os antecedentes criminais de cada motorista antes de aprová-la – prática que o Uber também diz adotar. Outra medida de segurança do aplicativo é um código gerado no momento do pedido do carro, tanto para quem dirige quanto para a passageira, para que ambas tenham certeza de estão com a pessoa certa na corrida. Além disso, o Chariot está desenvolvendo uma forma de identificar motoristas e passageiras por suas impressões digitais. 

LEIA: Como silenciamos o estupro

O serviço foi criado por Kelly Pelletz e seu marido, Michael, que foi motorista do Uber por quase um ano. A ideia surgiu quando, uma noite, um homem bêbado e totalmente descontrolado entrou no carro de Michael. Aterrorizado, o motorista dirigiu várias quadras até conseguir encontrar um policial. Michael diz que só conseguia pensar na esposa, e em como as mulheres ficam vulneráveis em situações como aquela. Quando ele comentou a história com Kelly, veio o estalo: e se eles criassem um serviço que fosse apenas para mulheres? 

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Reclamações e denúncias de abuso no Uber têm ficado cada vez mais frequentes entre as usuárias. Em dezembro de 2014, um motorista em Nova Deli, na Índia, foi preso depois de estuprar uma passageira e, no ano passado, duas mulheres processaram o serviço depois de terem sido violentadas – uma em Boston, outra na Flórida. Em um relatório interno do aplicativo, vazado pelo site Buzzfeed em março, aparecem mais de 6 mil denúncias de assédio sexual e de estupro, feitas entre 2012 e 2014. Em nota oficial, o Uber disse que o número real de reclamações das passageiras é muito menor: algo em torno de 170 casos de assédio e 5 de estupro. O aplicativo alega que, no relatório, havia reclamações como “tive minha carteira estuprada” ou “esse preço é um abuso”, e que muitos dos motoristas têm a palavra “rape” (estupro) dentro do próprio nome – como John Draper ou Jack Brapery – o que teria inflado os dados sobre estupro e abuso sexual.  

Mesmo assim, o Uber tem tomado medidas para tentar onter o problema: no ano passado, o serviço prometeu criar um milhão de vagas para motoristas mulheres até 2020, em parceria com a ONU Mulheres. Mas o app ainda não oferece a opção de selecionar uma motorista mulher. O serviço de transporte para mulheres ainda está em fase beta, em Massachussets, e será lançado no resto dos Estados Unidos no dia 19 de abril. O pagamento das corridas é feito via Paypal, e os preços são parecidos com as tarifas de táxi no país (os criadores do app prometem doar parte do lucro para instituições de caridade). 

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