A sonda Galileu, que há cerca de dois anos passeia em torno de Júpiter e suas luas, já havia detectado um oceano sob as placas de gelo que recobrem a superfície do satélite Europa. Agora, a nave fez outra descoberta surpreendente: a água desse oceano é salgada, como a dos mares terrestres. E é carbonatada, ou seja, efervescente, como os antiácidos tomados para problemas digestivos. Os indícios do mar de bolinhas vieram de imagens captadas por uma câmera que analisa o reflexo da luz solar na superfície do astro. Como substâncias diferentes produzem ondas luminosas diferentes, dá para saber a composição química de cada região do satélite. A análise do reflexo das fendas escuras que cortam a superfície congelada de Europa indica que a água está cheia de dióxido de carbono dissolvido. Com as placas de gelo funcionando como tampinha, o líquido deve estar borbulhando nas profundezas escuras de Europa, feito uma garrafa de refrigerante agitada. Os pesquisadores acham que essas são condições ambientais ideais para abrigar seres biológicos primitivos. Ou seja, continua-se em busca de ETs.
Por baixo da superfície visível
Sob as camadas de gelo, Europa abriga um oceano efervescente.
As regiões claras são placas de gelo de quilômetros de espessura.
Estes riscos escuros são trincas no gelo. Em alguns casos, o sal escapa por aqui, do oceano subterrâneo para a superfície.
A região azul é formada de placas de gelo.
A cor vermelha indica depósitos de sais minerais que escaparam do oceano subterrâneo.