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A Super está sob nova direção. Mas nada mudou.

Nossa missão continua a mesma: despir a ciência de sua aura de mistério inacessível, porque ela é o oposto disso.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 abr 2024, 19h00

Carta ao leitor da edição 462, de abril de 2024.

Nos últimos duzentos anos, descobrimos que terremotos são continentes inteiros deslizando alguns metros aqui e acolá, que humanos e as bactérias na esponja da pia compartilham um mesmo avô ancestral e que partículas subatômicas podem atravessar paredes por tunelamento quântico.

Descobrimos que a gravidade faz o tempo passar mais devagar e permite, em tese, viajar para o futuro. Descobrimos que, na órbita dos trilhões de trilhões de estrelas do Universo observável, há planetas como o nosso, que podem até abrigar seres vivos como nós.

Dá para passar páginas listando conclusões contraintuitivas desse tipo. Mesmo assim, o naturalista Thomas Huxley, amigo de Darwin, escreveu certa vez que “a ciência é só o senso comum organizado e treinado, e difere dele apenas no sentido em que um veterano difere de um recruta”. O que ele quis dizer? O que há de tão comum em tudo isso?

Huxley não se referia à ciência como uma lista de fatos curiosos sobre a natureza, e sim como o que ela realmente é: um método. Um passo a passo para seguir quando precisamos entender alguma coisa. O método científico, de maneira muito resumida, consiste em fazer uma pergunta, levantar uma hipótese para respondê-la e então fazer um experimento ou observação para testar essa hipótese. Se você estiver certo, ótimo. Se não estiver, você levanta uma nova hipótese e começa de novo.

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Nada poderia ser mais senso comum do que isso. Toda criança age como cientista: ela vê um vaso com terra, prevê que a terra tem gosto de chocolate porque é marrom, come a terra e então… Ops, hora de bolar uma nova hipótese. Os bebês são os recrutas de Huxley. Eles têm curiosidade e põem a mão na massa para obter as respostas – só lhes falta experiência para formular perguntas e sistematizar a coleta de dados.

O objetivo da Super é despir a ciência de sua aura de mistério inacessível, porque ela é o oposto disso. Cientistas são pessoas que testam, observam e cutucam a natureza, de novo e de novo. Esse processo nos deu vacinas, remédios, GPS, touchscreen, viagens à Lua…

Assumo a direção da revista após trabalhar sete anos sob a batuta do camarada-mestre Alexandre Versignassi. Ele é o redator mais hábil que já conheci na tarefa de fazer a ciência parecer senso comum. Seus textos tornam a Relatividade uma sequência de conclusões tão óbvia quanto o gosto da terra para o bebê; fazem o leitor sentir que ele mesmo seria capaz de pensar o que Einstein pensou.

O Versi deixou a casa arrumada: legou uma equipe de ases do ofício. Temos o mestre Jedi Bruno Garattoni, com mais anos de Super do que eu tenho de carreira, a capitã do navio do design Juliana Krauss, o trio de repórteres (e parceiros da vida) Bruno Carbinatto, Maria Clara Rossini e Rafael Battaglia, as talentosíssimas designers Caroline Aranha, Cristielle Luise e Luana Pillmann e três estagiários que entregam que nem gente grande: Camila Leite na arte e Caio Cesar Pereira e Leonardo Caparroz no texto.

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Trabalhar nessa revista é uma das raras realidades que são melhores que o sonho: encontrei aqui um grupo de pessoas com quem é um privilégio e uma alegria conviver. Obrigado, leitor, por confiar em nós desde 1987. Nosso fascínio pelo senso comum continua.

 

Retrato de um homem branco com cabelo preto de comprimento curto, sobrancelhas pretas e grossas, olhos castanhos, barba e camisa de botão verde.

Bruno Almeida Vaiano
Editor-chefe
bruno.vaiano@abril.com.br

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