Você é mais extrovertido? Pode ser um candidato ao psicodrama. Quer ir a fundo nos seus problemas? Ou quer resolver só aquele medo incontrolável de barata? Claro que as terapias não são receitas de bolo, e que nós da SUPER não vamos determinar necessariamente qual é a sua — o correto é sempre buscar um profissional. Mas diferentes tipos de personalidade podem se dar melhor com um tipo ou outro.
1. Psicanálise
O que é: A terapia criada por Freud segue forte. O paciente deita no divã, de costas para o analista, e tem liberdade total para falar, sem filtros. O terapeuta propõe conexões entre o que é dito e os problemas que levaram a pessoa ao consultório. A meta é estimular que o próprio paciente tenha seus insights, ou seja, compreenda o que acontece e como pode modificar.
Para quem é indicada: Para quem tem problemas crônicos de personalidade ou ainda quem quer conhecer suas camadas mais profundas.
Duração: As sessões podem chegar a quatro por semana, durante muitos anos.
2. Jungiana
O que é: Os sonhos são a chave da terapia. É por meio deles que o analista ajuda o paciente a encontrar as respostas para o que o incomoda. Além dos sonhos, desenhos e a caixa de areia, com miniaturas, servem para montar cenários. O analisado não pode falar do que quiser: o terapeuta busca manter a conversa sempre em torno dos problemas que o levaram até ali.
Para quem é indicada: Quem busca autoconhecimento profundo.
Duração: Variável. Mas pode durar vários anos.
3. Lacaniana
O que é: É das clássicas, com divã e de longa duração. Sem pauta prévia. O analista pesca, durante as conversas, as piadas e os atos falhos, além de usar da interpretação dos sonhos para acessar o inconsciente. É lá que está a compreensão dos problemas.
Para quem é indicada: Funciona bem com quem quer acessar suas camadas mais profundas em busca de autoconhecimento. Não é indicada para quem vive em situações de urgência.
Duração: Varia, mas tende a ser demorada. Costuma durar vários anos. O tempo de cada sessão também varia, pode levar de 15 minutos a duas horas.
4. Cognitivo-Construtivista
O que é: Além de analisar o que você pensa e o que você faz, a terapia ainda avalia o papel do sistema nervoso central em problemas aparentemente apenas psicológicos.
Para quem é indicada: Especialmente para quem tem lesões ou outros danos cerebrais, como processos degenerativos. Também é útil para quem quer dar um upgrade no cérebro, como vestibulandos e concurseiros.
Duração: Depende do tipo de problema.
5. Analítico-Comportamental
O que é: Ligada ao behaviorismo, a terapia monitora e modifica as relações com o ambiente. Trabalha com reforços positivos para mudar os comportamentos que atrapalham a vida.
Para quem é indicada: Funciona bem para quem tem ansiedade, pânico, fobia social, depressão, dependência química e problemas de aprendizagem.
Duração: Até dez sessões de avaliação, sessões semanais de tratamento que podem durar de poucos meses a alguns anos, dependendo da gravidade, e três encontros de encerramento.
6. Cognitivo-Comportamental
O que é: Pretende modificar os pensamentos disfuncionais — aqueles que só atrapalham, como “eu não faço nada direito”. A ideia é mostrar que isso pode ser modificado, com muito treino e pensamentos funcionais, como “isso eu não fiz direito, mas acertei daquela outra vez”.
Para quem é indicada: É útil em problemas pontuais, que vão de obesidade a psicopatia.
Duração: Entre 20 e 30 sessões, dependendo do problema.
7. Gestalt-terapia
O que é: Para os gestaltistas, os pacientes devem ser analisados em relação ao meio em que vivem, amigos, família e trabalho, e suas atitudes nesse meio. O terapeuta ouve o cliente, mas presta atenção em gestos, postura, tom de voz e expressões faciais. A terapia é focada no presente.
Para quem é indicada: Sabe a sensação de estar estagnado, entediado? A gestalt-terapia acredita que isso é causado por uma relação pouco saudável com o ambiente que nos cerca.
Duração: De meses a anos, conforme a evolução do tratamento.
8. Psicodrama
O que é: Geralmente em grupo, a terapia faz com que você encene seus problemas. O grupo discute e avalia como cada um se sentiu no processo. A ideia é que externando as emoções, seja mais fácil enxergá-las.
Para quem é indicada: Até um tímido pode se beneficiar do psicodrama. É que não é obrigatório encenar. Você pode participar apenas como observador.
Duração: Variável.
9. EMDR
O que é: A terapia faz o paciente simular o movimento dos olhos durante o sono REM. A ideia é que, quando isso acontece, o cérebro consegue reconstruir o caminho das memórias ruins de eventos traumáticos, que são processados e superados.
Para quem é indicada: Vítimas de acidentes, violência sexual e outros traumas. Pessoas com problemas crônicos, como fobias, depressão e até obesidade, também podem se beneficiar do método.
Duração: Poucos meses.