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10 animais que curtem usar drogas

Abelhas são praticamente alcoólatras, jaguares curtem ahayuasca e algumas larvas são viciadas em cocaína

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 14 set 2016, 19h30

E você achando que era o diferentão, o floquinho de neve, o exclusivo do reino animal só porque toma umas cervejinhas no final de semana. Pode esquecer: outros animais também usam, de propósito, substâncias ~que alteram a percepção~, como álcool, alucinógenos e estimulantes. Conheça alguns deles: 

1. O macaco beberrão

O álcool é a droga mais fácil de encontrar na natureza. Não, bobinho, não em garrafas: é que as frutas e tudo o que contém açúcar eventualmente fermenta e produz álcool. E é nessas horas que o macaco vervet (Chlorocebus pygerythrus) faz a festa: ele curte entrar nas plantações de cana de açúcar e procurar pelos pés mais velhos e em fermentação – e enche a cara de álcool. A bebedeira é intensa para a espécie: estudos já mostraram que 4 a cada 5 macacos desses preferem um copo de cachaça a um de água com açúcar. Ah, e o mesmo estudo mostrou que são os mais novos os que mais gostam da marvada pinga. O interessante é que o “alcoolismo” dos vervets parece ter sido pelo menos incentivado pelos seres humanos. É que essa espécie foi levada da Europa para a ilha caribenha de St. Kitts, há 300 anos. Aí, os macacos acabaram desenvolvendo gosto pelo açúcar e, com o tempo, resistência ao álcool. 

2. O ‘ratinho’ resistente

O musaranho (Ptilocercus lowii) é um mamífero parecido com a chinchila, que pode ser encontrado na Tailândia e em algumas partes da Ásia. Ele parece fofinho, mas toda noite enche a cara pra valer: consome, na forma do néctar fermentado de uma palmeira, o equivalente humano a 10 ou até 12 taças de vinho – tudo isso sem ficar bêbado. É que o musaranho transforma muito do álcool ingerido em um composto que ajuda seus pelos a crescerem. 

3. A larva trincada

Cocaína também faz parte das drogas que os bichos consomem – claro, não é refinada e cara como a do Pablo Escobar, mas um composto bruto, concentrado e estimulante, produzido pela folha da coca (Erythroxylum coca). Quem gosta da pira da coca é a larva de uma mariposa chamada Eloria noyesi – e gosta tanto, na verdade, que se alimenta exclusivamente da planta. A preferência das larvinhas é tão específica que alguns biólogos chegam a brigar pela conservação das plantações ilegais de coca só para preservar os insetos.  

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4. O LSD dos gatos

Você já deve ter ouvido falar da erva de gato (Nepeta cataria), uma plantinha que deixa os bichanos muito loucos. A “brisa” é tão intensa que alguns cientistas já afirmaram: a erva tem para os gatos o efeito que o LSD tem para seres humanos – ou seja, alucinógeno, relaxante e prazeroso. Basicamente, o que a erva faz é simular os feromônios – hormônios ligados ao sexo e à conquista – dos felinos. E aí, ela se torna irresistível, e a resposta dos gatos varia entre babar e se esfregar no chão ou ficar hiperativo. O efeito é hereditário: algo em torno de 30% dos bichanos nem liga para a planta. 

5. Onças bem loucas

Se os gatos ficam malucos com a erva de gato, imagine as onças-pintadas com… Ahayuasca? Pois é: os felinos gigantes costumam comer a Banisteriopsis, planta usada para fazer o chá ahayuasca, e ficam bem loucos. Os cientistas ainda não concordam se a ingestão do alucinógeno serve para fazê-los vomitar quando eles estão se sentindo mal (como os gatos fazem com grama), se é para que eles fiquem com os sentidos aguçados e cacem melhor, ou se é só pela “brisa”. 

6. O ópio dos wallabies

A Austrália é a maior produtora de ópio legalizado do mundo. Então, você pode imaginar o que acontece com os wallabies, parentes menores dos cangurus: comer ópio os faz sentir bem, então eles comem… E piram. Mas piram muito mesmo: tanto que costumam se juntar em bandos e ficar pulando, em círculos, em plantações – o que depois de um tempo virou um problema tão grande para os agricultores que foi levado ao parlamento australiano

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7. Abelhas alcoólatras

Abelhas gostam de uma caninha – ou de literalmente qualquer coisa que tenha álcool, desde de néctar fermentado até etanol puro. Quando têm a oportunidade, elas conseguem beber o equivalente a 10 copos de vinho e acabam ficando muito irritadas, mais ou menos como aquele tio chato da família que fala besteira no churrasco. E o mais engraçado é que, quando uma abelha volta bêbada para a colmeia, ela é expulsa de casa até ficar sóbria. Se o comportamento se repetir, as companheiras da beberrona arrancam todos os membros dela como forma de castigo. Ai. 

8. A brisa dos cavalos

As plantas da família Fabaceae são conhecidas em inglês como crazyweed – ou “erva louca”. Já entendeu, né? Os cavalos comem essa tal planta e ficam com a visão embaralhada, com sérios problemas de coordenação e bem relaxados. É mais ou menos o que o álcool faz com a gente, só que com um efeito a mais: qualquer estímulo (tipo uma borboletinha voando perto demais) pode fazer o cavalo pirar de vez e ter uma espécie de “bad trip“. O hábito dos pangarés de comer a “erva de louco” quase sempre começa sem querer, quando é inverno e a neve cobre todo o pasto exceto essa planta. E o pior é que, segundo um estudo recente, o uso excessivo da planta pode causar depressão e perda de peso escessiva.

9. Carneiro alucinado

Os carneiros selvagens (Ovis canadensis) vivem em montanhas em alguns pontos da América do Norte, principalmente nas Rochosas. E pelas rochas de lá cresce um líquen muito especial – que também é alucinógeno e faz os carneiros ficarem viajando na maionese. O tal líquen é tão raro e seu efeito é tão poderoso que faz os carneiros subirem em locais perigosos só para pegar algum. Agora, imagina subir até lá, ficar doidão… e ter que descer? 

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10. O macaco-prego e o baseado de centopeia

Não é só de plantas e frutas fermentadas que os animais tiram a ~viagem~ deles: alguns bichos são fontes de drogas para outros animais. É o caso dos macacos-prego, que costumam se lambuzar na gosma protetora (e tóxica) de uma espécie de centopeia. Claro, a primeira razão pela qual os macacos parecem fazer isso é para se proteger de parasitas e insetos, mas quando eles usam a substância, parecem entrar em uma espécie de transe – e o engraçado é que, quando eles pegam uma centopeia dessas, ficam passando de um para o outro como quem passa um baseado.  

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